Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU

27 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: Andrew Jack do Financial Times comenta, comparação do SDGs com o MDGs, é preciso tentar., variadas opiniões

clip_image001Um artigo escrito por Andrew Jack e publicado no Financial Times discute a utilidade de um programa como o SDGs – Sustainable Development Goals, da ONU, que poderá ser aprovado ainda neste ano, comparando com o obtido anteriormente com o MDGs – Millennium Development Goals, cujos resultados foram parciais.

Sede das Nações Unidas em Nova Iorque

Tudo indica que até o final do ano, os líderes de todo o mundo reunidos em Paris, sob o patrocínio das Nações Unidas, devem aprovar as metas do SDGs – Sustainable Development Goals. Centrados no desenvolvimento sustentável, eles procurarão acabar com a pobreza e oferecer educação de qualidade, igualdade, combate às alterações climáticas, conservação dos oceanos, garantia de uma vida saudável e promoção do bem-estar a todos. Certamente, são objetivos ousados a serem perseguidos nos próximos 15 anos e,, pelo que aconteceu no passado, não se pode ficar totalmente otimista.

No MDGs – Millennium Development Goals conseguiu-se parcialmente a redução da pobreza, da fome, melhoria da educação, da saúde e do meio ambiente. Desde então, houve uma modificação na forma de se pensar, evoluindo para dentro dos países com mudanças políticas, na governança e na forma de selecionar, alterando as substâncias na agenda internacional.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, resumiu os oito objetivos do MDGs no mais bem-sucedido movimento antipobreza da história. A extrema miséria foi reduzida de 47% em1990 para 14% neste ano, e as mortes de crianças com menos de cinco anos foram contidas em 6 milhões. Ainda se necessitará de uma década para reduzir dois terços destas mortes. O mais marcante foi desenvolvimento na China, sem ligação com o plano.

O articulista recolheu pontos de vistas de diversos especialistas espalhados pelo mundo. Muitos entendem que os planos eram tecnocráticos, paternalistas e magicamente separados da política. Agora existe um objetivo de maior envolvimento dos países em desenvolvimento.

Mas ainda existe uma explosão de números envolvidos nos compromissos, que para atender a todos visando à aprovação se multiplicam em muitas metas. Alguns entendem que um terço das metas foram bem escolhidas, havendo muitas contradições. Há maior preocupação com as implementações e muitos estarão além do âmbito dos governos.

Trata-se de uma agenda muito ampla e complexa, e até agora há uma quantidade imensa de discussões, com a sensação de um quadro razoável, mas não há alternativas se não tentar atingi-las.

Parece que haverá como avaliar o que cada país conseguiu em comparação a outros, na esperança que todos desejem não ser tratados como aqueles que nada conseguiram.

Ainda que nada disso seja fácil, parece estar havendo uma maior consciência da necessidade da sustentabilidade, pois problemas como os climáticos estão se tornando intoleráveis, afetando a todos e no conjunto. Ainda que nem tudo seja alcançado no mínimo, existe um plano com uma estratégia estabelecida, e muitos países mais pobres necessitarão contar com a ajuda dos mais desenvolvidos, cujos mecanismos de transferência não estão suficientemente claros. Mas parece melhor do que nada, e fica-se com a impressão que a opinião pública mundial acabou forçando os líderes a compromissos acima do que gostariam de assumir.