Problemas Inflacionários ou Deflacionários
29 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: históricos longos, o caso da Suécia., países que tentam sair da deflação
Parece que ninguém está satisfeito com os problemas que enfrenta e, apesar do Brasil correr o risco de uma inflação alta, outras economias sofrem para sair da deflação, aparentemente ainda mais difícil de ser superada.
Ilustração de um artigo do site da Bloomberg, onde a Suécia conseguiu atualizar a inflação e deflação nos últimos 723 anos
A inflação média na Suécia nestes 723 anos foi de 2,6% e houve anos quando o Banco Central daquele país, o mais antigo do mundo, teve que lidar com uma deflação de 15%. Hoje, está com uma inflação de 0,8% e há uma discussão, como ocorre nos Estados Unidos e no Japão, para elevar a 2% ao ano, o que não está se conseguindo. Nos últimos cinco anos, eles enfrentam a deflação.
Os pesquisadores suecos conseguiram elaborar uma cesta de produtos, incluindo grãos, cerveja, sal, manteiga, cera, bois e ferro nestes 723 anos, que permitiu elaborar o gráfico ilustrativo desta matéria. Algumas das grandes flutuações têm relação com guerras, distúrbios civis, pestes ou mesmo trocas de moedas. São problemas bem conhecidos dos brasileiros, que contam com uma história mais curta.
Governador Stefan Ingves do Riksbank, o Banco Central sueco
O Parlamento sueco criou uma comissão para discutir o problema das metas, havendo até quem sugira 4% ao ano, mas a tendência parece ser no nível de 2% ao ano. A tarefa do Banco Central na Suécia é menos complexa do que foi enfrentada por outros no passado.
Isto tudo pode parecer invejável para os brasileiros, mas deve-se reconhecer, por exemplo, que o Japão enfrenta mais de duas décadas de estagnação econômica, não conseguindo sair da atual deflação para estimular a recuperação de sua economia.
Para se fazer uma avaliação mais isenta, é preciso compreender que as empresas suecas no Brasil representam mais que toda a indústria nacional lá instalada. Tenho um filho que estava sendo treinado para ser o principal executivo de uma grande empresa sueca. Ele preferiu trabalhar com projetos de sustentabilidade com os indígenas brasileiros, numa ONG que recebe parte importante dos seus recursos do governo da Noruega. Existem casos em que conviver somente com nórdicos desenvolvidos passa a ser monótono, não trazendo muita felicidade.