Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

TPP Provoca Necessidades de Ajustes Políticos no Japão

22 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldades também no Japão, medidas para o seu fortalecimento., sacrifício da agricultura já cambaleante

clip_image001O governo de Shinzo Abe, que estava determinado a sacrificar o setor agrícola do Japão para poder contar com o TPP – TransPacific Partnership, promove ajustamentos para estimular a preservação da competitividade deste segmento da economia japonesa.

Shinzo Abe reune membros de sua coalizão política para estudar medidas adicionais de suporte à agricultura

O setor agrícola japonês, apesar de sua pequena importância econômica, tinha relativamente um grande poder político, pois em princípio nenhum país pode depender dos outros países para a sua alimentação e ser realmente independente. Figurava-se estranho que o Japão passasse a depender totalmente do abastecimento de outros países.

Percebendo a necessidade manter a competitividade econômica do seu setor rural, aparentemente o governo agora procura reconhecer a necessidade de um programa de suporte e convocou um grupo de membros da coligação partidária que dá apoio ao governo. Não deve ser uma tarefa fácil, pois seus outros parceiros do TPP que pensavam contar com o suprimento para o Japão não podem se conformar com um rigoroso programa subsidiado, pois a dimensão da agricultura japonesa não lhe proporciona a escala indispensável para poder competir com os outros fornecedores.

Mesmo parcialmente, o Japão deve salvar a sua face com um programa que indique seu esforço. Nenhum país pode dispensar o reconhecimento político do seu setor rural, mesmo tendo de importar o que não tem escala. O mais provável é que alguns produtos agrícolas japoneses, de elevada qualidade, vão ser mantidos, apesar do seu custo elevado.

Este tipo de dificuldade deve existir também em outros países membros do TPP, mostrando que ainda haverá muitas discussões com os seus legislativos até a aprovação final do acordo. Nos Estados Unidos, que lideram a iniciativa, a maioria dos candidatos ao comando do país nas próximas eleições não se manifesta em favor do acordo, temendo perdas de votos.

É preciso, portanto, que as autoridades não contem como favas contadas o que ainda depende de aprovações do legislativo.