Atum Criado Já Está Sendo Oferecido No Japão
16 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Asahi Shimbun, envolvimento de grandes tradings japonesas, preços razoáveis, tecnologia da Universidade de Kinki. | 2 Comentários »
Um artigo elaborado por Ken Miyazaki foi publicado no prestigioso jornal japonês Asahi Shimbun, informando que atum criado no Japão pelas grandes empresas já está sendo oferecido em Tóquio a preços razoáveis.
Atum criado no Japão pela Sojitz oferecida no Hama Honmaguro Isshin de Tóquio
O artigo de Ken Miyazaki informa que um prato combinado de atum gordo e muito gordo está sendo oferecido no Nama Nonmaguro Isshi, restaurante de Tóquio pelo modesto preço de Yen 1.580, menos de R$ 50. Seriam atuns criados pela Sojitz, no Japão, que ficam bem abaixo dos capturados em alto-mar.
Isto também está se observando com produções da Mitsubishi, mostrando que grandes grupos estão já produzindo atum criados no Japão, utilizando tecnologias desenvolvidas pela Universidade de Kinki, que vem se decidando ao assunto com afinco.
Todos sabem que hoje já existe restrições para a pesca de qualidade em alto-mar diante dos riscos de sua extinção. Existem cotas que elevam cada vez mais os preços dos produtos naturais, e muitos países já se dedicam à produção em fazendas. Estes produtos conseguem alto teor de gordura, como já estamos informando neste site.
O interessante é que os preços atualmente praticados já são modestos, apesar da elevada qualidade dos produtos, podendo ser que os custos iniciais visem assegurar o seu consumo, pois entre os japoneses, notadamente nos bons restaurantes especializados, costuma haver restrições para as inovações.
As informações das autoridades japonesas é que a produção japonesa de atum da melhor qualidade cresceu 50% em três anos. Como o atum, também outros produtos que correm o risco de extinção estão sendo controlados, subindo muito de preço. É o caso da enguia, que caçadas quando pequenas, acabam sendo criadas em cativeiro. Mas estas caças de enguias pequenas também já estão controladas.
Estas produções em cativeiros apresentam boas perspectivas para o Brasil, pois informa-se que cerca de 80% do seu custo são de rações, como muitos disponíveis no país, principalmente os derivados de soja e milho. Espera-se que os produtores brasiileiros também acelerem o domínio destas tecnologias avançadas, pois as demandas mundiais de produtos marinhos continuam crescendo de forma estimulativa.
Os recursos naturais são finitos, e o consumo destes não acompanharam a capacidade de reposição pela natureza, cuja escassez acaba levando à alternativas que podem ser danosos à própria saúde humana.
O excesso de pesca dos atuns nas águas do Atlântico norte durante a primeira e meados da segunda metade do Sec. XX reduziu à pesca artesanal como exibido no programa competitivo de pesca pela National Geographic.
Entretanto, a necessidade de tornar acessível ao consumidor, peixes selvagens de água gelada cultivados apontam dúvidas quanto à falta de nutrientes minerais que são compensados pela alimentação artificial suplementares na ração. Como exemplo, o salmão. Sua qualidade se observa pela cor avermelhada, cujo pigmentos são formados pela ingestão de algas e crustáceos, em oposição a cor alaranjada clara dos peixes cativos, se tornando até prejudicial ou nula os nutrientes recomendados pelos especialistas de saúde no mundo. Ainda, se acrescente a contaminação dos oceanos pelos metais pesados e por elementos radioativos que escapam no Oceano Pacífico e Atlântico, por dejetos dos esgotos.
Portanto, embora a negatividade e a dúvida quanto a qualidade da alimentação destes peixes cativos, espero que seja pensada a segurança alimentar em primeiro lugar antes de suprir o que foi exaurida da natureza
Caro Roberto Yamadah,
Obrigado pelos comentários.
Paulo Yokota