Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Começa a Aguardada CoP 21 em Paris

27 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: a partir de 30 de novembro, evitar o fracasso como de 2009 em Copenhague., notícia em todos os veículos de comunicação importantes no mundo

Um dos eventos mais preparados e aguardados no mundo, num momento oportuno quando o ano deve ser o mais quente da história, realiza-se a Conferencia das Nações Unidas sobre Mudança Climática em Paris.

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Mapa da tendência de mudança das temperaturas na Terra e nos oceanos, constante do artigo publicado no The Economist

Este ano de 2015 deve ser o mais quente desde 1880, quando se iniciou um registro sistemático, segundo dados da NASA. As irregularidades climáticas em todo mundo provocam catástrofes que ceifam vidas e prejudicam as produções de alimentos, atingindo o mundo todo. Um artigo publicado pelo The Economist informa que em 1995, quando foi realizada a primeira conferência sobre mudanças climáticas da ONU, a concentração atmosférica de dióxido de carbono era de 361 partes por milhão. No ano passado, chegou a 399 por milhão. A temperatura média do ar da superfície até agora nesta década elevou-se 0,9 ºC, mais que na década de 1880, segundo Dieter Helm, especialista da Universidade de Oxford.

Todos sabem que as resistências continuam absurdas, notadamente nos Estados Unidos, o país mais poluidor do mundo, apesar de todas as evidências apresentadas para a necessidade de metas críveis para as próximas décadas. Os norte-americanos desejam liberdade para estabelecer, pelo mercado, seus objetivos, não se comprometendo com o resto do mundo.

Entre os países emergentes, o Brasil é considerado estratégico, tanto por possuir florestas, como a Amazônica, quanto pelo poder de convencer outros a assumirem metas específicas, ainda que seus cumprimentos sejam sempre difíceis. Muitos precisam da ajuda do mundo desenvolvido, que foi responsável pela atual situação, mas alegando dificuldades econômicas, seus componentes continuam evitando assumir compromissos com os recursos indispensáveis.

Até agora o Brasil vem demonstrando que faz a sua lição de casa, esforçando-se na redução do desmatamento, contribuindo com combustíveis não poluentes, mas ainda terá que se esforçar para mudar mais rapidamente a sua matriz energética. Muitos países estão aumentando suas produções de energia eólica e solar, ainda que dependam muito das poluentes, ou de elevados riscos como a energia atômica.

A humanidade terá que, nas próximas décadas, eliminar o uso de combustíveis fósseis, como os derivados do carvão e do petróleo, além de adotar tecnologias para proporcionar a economia do seu consumo, que pode ser realizada nas residências, nos prédios comerciais como nas cidades, utilizando-se energias elétricas de forma racional.

Devem ser multiplicados os esforços para a produção de baterias eficientes, como as que utilizam lítios. Existe um grande elenco de medidas a serem tomadas corajosamente para evitar calamidades que afetam as populações mais pobres do mundo.

Apesar dos respaldos técnicos, as decisões de Paris serão políticas e espera-se que as diferenças ideológicas sejam esquecidas, pois se trata da sobrevivência de todos da Humanidade.