Dificuldades Insuportáveis Sobre a Política Econômica
10 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: compatibilização das disponibilidades com os anseios pela recuperação econômica, restrições necessárias sem suporte político, rompimento da corda do lado mais fraco.
Todos sabem que os anseios dos políticos superam em muito as disponibilidades dos recursos, fazendo com que os responsáveis pela economia brasileira acabem se tornando o lado mais fraco da disputa, onde a corda tende a se romper.
Difícil situação do Ministro Joaquim Levy
Quem acompanha a evolução da economia brasileira sabe que o ministro da Fazenda Joaquim Levy ou qualquer outro que seja o responsável pela política econômica fica em situações difíceis diante das agudas necessidades políticas. Na realidade, as decisões cruciais dependem da presidente da República que sofre pressões insuperáveis impossíveis de serem atendidas dentro do quadro de carência de recursos atuais do Brasil.
Imaginar que a sua substituição possa aliviar a situação parece uma ingenuidade, levando as crescentes pressões das agências de rating bem como a continuidade da falta de confiança dos empresários para efetuarem os investimentos indispensáveis. Não existem recursos suficientes para atender às pressões políticas inconciliáveis com um quadro razoável indispensável para uma política econômica que possa conduzir a recuperação da economia que demanda mais tempo que o aceitável para as diversas correntes políticas.
É uma questão de tempo que pode ser mais curto do que imaginável, ainda que sempre se procure uma saída menos traumática do ponto de vista político. A aprovação dos pedidos de financiamentos do PSI – Programa de Sustentação do Investimento executado pelo BNDES, que exigem recursos inexistentes e implicam em subsídios ao longo do tempo que podem chegar a R$ 30 bilhões, parece algo insuportável, mesmo para quem procura aceitar todos os sacrifícios para sustentar a política econômica.
A ANFAVEA – que representa a indústria automobilística responsável por empregos cruciais é a principal interessada nestes recursos e o seu presidente afirma ter sido autorizado pelo Ministro Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner a fornecer a informação de reabertura do prazo para as operações que não conta com recursos para tanto. Pode ser o sinal para a mudança dos responsáveis pela política econômica, aumentando o grau de instabilidade que já está no limite do suportável.
Não se pode imaginar a existência de um nome para a substituição que atenda os anseios dos empresários e dos empregados que desejam manter o nível de emprego. Parece ser uma situação sem uma solução razoável, ainda que ninguém seja insubstituível.