Exposição Especial dos 120 anos da Relação Nipo-Brasileira
17 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: com base nos documentos arquivados no Ministério de Negócios Estrangeiros do Japão., elaborado por Kotaro Horisaka e traduzido para o português por Masato Ninomiya, um documento definitivo
Como parte das comemorações dos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e o Japão, elaborou-se um documento especial que será o definitivo, pois é baseado nos registros existentes no Ministério de Negócios Estrangeiros do Japão. Foi elaborado por Kotaro Horisaka e traduzido para o português por Masato Ninomiya.
Capa da publicação especial sobre os 120 anos das relações nipo-brasileiras
O documento especial baseado nos registros oficiais refere-se inicialmente sobre a vinda de Takeaki Enomoto comandando o navio Kaiyo-Maru, que aportou o porto de Rio de Janeiro em 1867, na sua viagem da Holanda onde a belonave foi construída em sua viagem para o Japão. Ele registrou uma excelente impressão de sua estada no Rio de Janeiro. Foi designado para diversas funções oficiais posteriormente e sempre ficou ligado com os problemas da imigração.
O Brasil demandava mão de obra para o desenvolvimento de sua cafeicultura, mas para viabilizar a imigração havia a necessidade de um tratado entre os dois países, o que acabou sendo firmado em Paris pelos ministros plenipotenciários Arasuke Soné e Gabriel de Toledo Piza e Almeida, em 1895.
O primeiro-ministro Plenipotenciário para cuidar da Legação do Japão no Brasil foi Sutemi Chinda, e diversos outros se seguiram para estudar a conveniência do país receber imigrantes japoneses. Um contrato efetuado com o Estado de São Paulo propiciou a vinda do Kasato Maru em 1908, por iniciativa de Ryo Mizuno, mas que não resultou no sucesso esperado pela falta de uma melhor seleção dos imigrantes. Ele estava acompanhado de Shuhei Uetsuka, considerado o pai da imigração japonesa ao Brasil.
O centenário da Independência do Brasil em 1922 foi aproveitado para o envio de três belonaves de treinamento da Marinha Japonesa, Asama, Iwate e Izumo, além da designação do embaixador extraordinário do Japão, Kumaichi Horiguchi.
Em 1924, os Estados Unidos criaram restrições para os imigrantes japoneses o que levou a intensificação da vinda ao Brasil dos japoneses nos anos seguintes. Quando se comemorava o 25º aniversário do início da imigração, em 1933, era cônsul geral do Japão em São Paulo Iwataro Uchiyama, que muito ajudou na criação do Hospital Santa Cruz, inclusive com a ajuda da Sua Majestade Imperador do Japão.
A exposição apresenta 25 documentos no Museu do Ministério dos Negócios Estrangeiros com suas fotos e as dúvidas que poderiam ainda restar estão totalmente esclarecidas pelas mesmas, havendo um grande número em japonês, mas alguns em português. Tratam-se dos originais e não como outros decorrentes de artigos de jornais ou documentos elaborados por terceiros, sendo extremamente importantes para a posteridade.