Informação Sobre o Pequeno Número de Estrangeiros no Brasil
12 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: colide com a noção do Brasil estar aberto aos estrangeiros, restrições para o exercício de profissões e reconhecimento de diplomas do exterior., um chocante artigo do The Economist
Todos nós ficamos chocados quando uma noção que temos fica desmentida por dados constantes de um artigo publicado pelo conceituado The Economist, cujas matérias costumam ter credibilidade.
Gráfico constante do artigo publicado no The Economist
Embora o Brasil tenha recebido imigrantes no final do século XIX como em parte do século XX, diante da necessidade de recursos humanos para o desenvolvimento de sua agricultura, o artigo do The Econoomist informa que as legislações posteriores são inibidoras para receber estrangeiros estratégicos para o seu desenvolvimento. Os residentes em regiões como o Sudeste brasileiro acabam tendo a falsa impressão que o número de estrangeiros e seus descendentes seja elevado, galgando até posições importantes dentro da sociedade local.
Mas, deve-se reconhecer que dentro da tradição portuguesa, existe uma grande burocracia, além de evitar-se a concorrência de recursos humanos preparados no exterior com os formados no país. Muitas profissões regulamentadas exigem complexos problemas de reconhecimento de diplomas obtidos em outros países, mesmo quando existem carências de profissionais formados no Brasil, como acontece com médicos, exigindo subterfúgios como os que atenderam os cubanos. E outras profissões que acabam sendo protegidas em exagero, inibindo a vinda de estrangeiros para o país.
Mesmo o processo de obtenção de licenças para trabalharem no país em empresas estrangeiras acaba exigindo uma burocracia que demanda muito tempo, estimulando a corrupção para a aceleração dos seus interesses. Os estudantes estrangeiros não são estimulados a permanecerem no país depois dos seus estudos. Com tudo isto está se sacrificando oportunidades para o desenvolvimento do país, ainda que recursos humanos pouco preparados estejam sendo aceitos, como refugiados políticos.
O português também não é um idioma muito utilizado no mundo, ainda que os fluentes em espanhol ou outras línguas de origem latina tenham menos dificuldade para adaptações no Brasil. Existem estudiosos brasileiros no assunto que consideram a legislação brasileira sobre os estrangeiros no mínimo anacrônica.
O artigo menciona que os militares brasileiros que comandaram o país por muito tempo geraram um espírito nacionalista, temendo a participação de estrangeiros em atividades políticas, o que não parece ter grande importância. O artigo menciona que quanto mais preparados os estrangeiros, as burocracias para o seu acolhimento acabam sendo mais complexas.
Mais recentemente, a recessão pela qual passa o país não estimula estrangeiros a procurarem o Brasil, e muitos brasileiros procuram empregos no exterior. Estudam-se algumas facilidades adicionais, mas não parecem competitivas com a realidade de outros países, que necessitam de recursos humanos preparados.
Estas informações são preocupantes e devem ser objeto de discussões sérias, pois num futuro mais distante o desenvolvimento brasileiro vai continuar necessitando de recursos humanos preparados, ainda que sejam estrangeiros.