O Que É Possível Esperar do CoP 21 Reunido em Paris
30 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: dependências dos parlamentares, entrevista da secretária executiva, limitações das ações dos executivos dos países., mecanismos que costumam funcionar em conclaves mundiais, não se deve exagerar no otimismo
Uma esclarecedora entrevista foi concedida pela secretária executiva do CoP 21 aos jornalistas brasileiros, o que foi apresentado no artigo de Leandro Colon no site da Folha de S.Paulo. Também deve se esclarecer os mecanismos que funcionam nestes conclaves mundiais.
Secretária executiva do CoP 21, a costa-riquenha Christiana Figueres, na foto constante do artigo publicado no site da Folha de S.Paulo
É natural que os executivos a trabalho num evento mundial como o CoP 21 das Nações Unidas sobre o clima no mundo, como a secretária executiva Christiana Figueiras, devem manter-se otimistas. No contato com um grupo de jornalistas brasileiros em Paris, ela expressou que muitos pontos serão legalmente vinculantes, ou seja, depois de aprovado pelos mais de 150 chefes de Estado presentes serão obrigatórios para os países membros.
A dúvida sobre o assunto levantada pelos jornalistas decorre da declaração do secretário de estado norte-americano, John Kerry, depois do acordo firmado pelos líderes do G-20 na recente reunião na Turquia, que o acordo de Paris não seria obrigatório para os países membros. O que ela colocou, expressando otimismo, é que haveria pontos vinculantes, mais que nas tentativas decorrentes do Protocolo de Kyoto em 1997 que não atingiu este objetivo, pois países importantes como os Estados Unidos e a China, os mais poluentes do mundo, não o aprovaram nos seus Legislativos e não se esforçaram para tanto, passando a ser uma mera declaração de intenções.
Os Estados Unidos insistem que desejam estabelecer mecanismos próprios sem serem obrigados a adotar o que for aprovado por todos. Figueres esclarece que o que está preparado tecnicamente e depende somente de uma aprovação meramente formal pelos chefes de Estado para o CoP 21 é muito mais complexo. “Nós temos diferentes níveis, natureza, de um acordo legalmente vinculante. O desafio é reunir todos estes aspectos. Não há um mais complicado que o outro”, declarou ela.
O que costuma acontecer em conclaves como este é que as redações acabam sendo mais gerais para permitir que todos os aprovem, evitando-se sempre os textos que sofrem restrições. São mecanismos usuais onde os diplomatas utilizam suas habilidades. O evento termina oficialmente no dia 11 de dezembro, sendo que somente na abertura se espera os pronunciamentos dos chefes de Estado.
Ela interpretou o que John Kerry teria dito. Na realidade, mesmo que aprovado, sempre haveria forma de não ser executado, por restrições em alguns Legislativos, como dos Estados Unidos, ou por falta de definições dos mecanismos operacionais em países importantes.
Também Figueres afirmou que a CoP 21 será mais bem sucedida do que a reunião de Copenhague em 2009. Ela está confiante que os que vão a Paris já aprovaram a orientação básica, podendo haver alguns detalhes importantes sobre as formas de sua execução, como os relacionados com as alocações dos recursos para tanto, notadamente por parte dos países desenvolvidos.
O mundo espera que este conclave seja coroado de êxito, pois os problemas climáticos estão se agravando e a meta de um acréscimo de 2º C na temperatura global não é suficiente para resolver os problemas da Humanidade nestas dificuldades.