Os Verdadeiros Interesses dos Trabalhadores
3 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: aproveitando a crise para avanços na legislação trabalhista, convenções coletivas., posição de José Pastore
Ao longo da história brasileira foram se acumulando legislações sobre o trabalho que, em vez de defender os trabalhadores, acabaram proporcionando privilégios a alguns dirigentes de entidades.
José Pastore é o profissional brasileiro que mais entende de assuntos trabalhistas
Desde a época de Getúlio Vargas, no Brasil sempre se estabeleceram legislações que pretendiam defender os interesses dos trabalhadores, mas muitos deles só implantaram privilégios para alguns dirigentes sindicais, que chegaram a ser conhecidos como “pelegos”, pois agiam em nome dos trabalhadores para acomodar com o governo suas explorações políticas.
Depois de longas histórias, além dos sindicatos manobrados por estes dirigentes, foram se criando outras entidades de níveis superiores, que sempre mereceram atenções ou reverteram em benefícios dos operários. Mais recentemente, muitos recursos foram dotados pelo governo para programas de treinamento dos trabalhadores, mas eram desviados para o fortalecimento destas entidades, que passavam a atuar como verdadeiros partidos políticos.
Como em diversos países do mundo, em vez dos sindicatos ser organizados por categorias profissionais, como os seus interesses estão diretamente vinculados com as empresas onde trabalham e conhecem, estão se promovendo entendimentos diretos. Assim, convenções coletivas estão sendo firmados entre os trabalhadores e os empresários, por empresa, para se preservar o emprego mesmo com a redução de jornadas de trabalho e diminuição proporcional de salários, quando as companhias enfrentam dificuldades temporárias.
Em vez de despedirem os funcionários para contratá-los novamente nas conjunturas positivas, as empresas, assim como os trabalhadores, preferem adaptações temporárias. As seleções e treinamentos dos empregados custam para as empresas, ajudadas nos seus momentos de crise, aceitam arranjos que são de seus interesses.
Muitos estudiosos estão propondo que estes acertos entre interessados diretos prevaleçam, o que poderia estar nas legislações reunindo empregados de diversas empresas diferentes, por estarem na mesma categoria. A crise pela passa a economia brasileira é uma rara oportunidade para avanços desta natureza.