Superficialidades das Ações Militares dos EUA
11 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo elaborado por Ian Henry, entendimentos políticos com a China, exemplos abundantes., publicado no Nikkei Asian Review
Há uma visível deterioração no poder militar dos Estados Unidos, em diversas partes do mundo, o que resulta na insegurança dos seus aliados, notadamente no confronto com os chineses no Mar Sul da China.
Secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, a bordo do porta-aviões USS Theodore Roosevelt, no Mar Sul da China
Iam Henry é um Ph.D. na Australian National University’s Coral Bell School of Asia Pacific Affairs e publicou seu artigo no Nikkey Asian Review, revelando as apreensões dos aliados dos norte-americanos no Pacífico no confronto com os chineses no Mar Sul da China. Como todos sabem, os norte-americanos enviaram o USS Lassen, uma pequena embarcação, para transitar perto do porto construído pelos chineses naquela região, como uma advertência de que não aceitariam o controle dos chineses sobre a rota crucial para o seu abastecimento.
Havia sido combinado com os aliados que haveria uma ação diplomática para evitar os avanços militares dos chineses na região, depois da visita de Xi Jinping a Barack Obama nos Estados Unidos. O autor enfatiza que tais ações são inofensivas e deixam os aliados dos norte-americanos na região apreensivos, diante da impossibilidade de contar com a sua cobertura quando for realmente necessário.
O autor informa que há tempos este tipo de episódio vem ocorrendo na Ásia, mostrando que os Estados Unidos não estão mais em condições de fornecer assistência para seus aliados. Também pode se observar que no Oriente Médio, a Rússia vem bombardeando a Síria sem uma combinação adequada com os Estados Unidos, que não conseguem esboçar uma reação mais operacional.
Três pontos seriam preocupantes. Os Estados Unidos não sabem como podem reagir às ações da China. As relações sino-americanas são mais importantes do que o potencial sacrifício dos interesses dos aliados. Concretamente, o Japão, o Vietnã e as Filipinas ficaram conscientes de que não podem contar com os Estados Unidos na região.
Isto vem aumentando a ansiedade na região e lamentavelmente não existe alternativa militar. Há que concentrar nas atenções diplomáticas. Isto ficou evidente na manifestação dos ministros de Defesa dos países do ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático. Também os norte-americanos não conseguiram aglutinar os interesses com no TPP – TransPaficif Partnership, e a China conseguiu um apoio mundial para o seu projeto do AIIB – Asian Infrastruture Investment Bank.
O que pode contrabalancear as dificuldades dos Estados Unidos é que a China também enfrenta seus problemas para manter um crescimento acelerado de sua economia, sem o qual os chineses não contariam com recursos suficientes para continuar mantendo a ampliação de suas influências em todo o mundo.