Índia Amplia Indústria de Armamento no País
4 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: aumento da produção de armamentos na Índia, efeitos sobre Israel., permissão de ampliação da participação das empresas estrangeiras
Uma notícia publicada no Nikkei Asian Review, elaborada por Go Yamada, informa que o governo de Narendra Modi está incentivando a produção de armamentos na Índia, visando reduzir a necessidade de suas importações e até promover a exportação.
Submarino de ataque a diesel, INS Kalvari, produzido na Índia, na foto publicada no Nikkey Asian Review
Não deixa de ser preocupante que um país ainda pobre como a Índia, que apresenta variadas necessidades de investimentos, esteja ampliando sua indústria de armamentos bélicos, aumentando a corrida armamentista no mundo. As reestruturações militares na China certamente estão no pano de fundo.
A alegação é que a Índia importa 70% dos armamentos que necessita, e a produção local pode substituir a importação e até gerar recursos com a sua exportação. O governo indiano consolida esta indústria que estaria depois dos Estados Unidos, da Rússia, da China e do Japão, inclusive com o aumento da participação de grupos estrangeiros em até 49% do capital.
Passa a produzir os aviões de combate Tejas. Num acordo com a Dassult Aviation francesa, começa a produzir o Rafale. Em setembro passado, contratou o INS Kochi com um estaleiro em Mombai, e o segundo Kolkata, um destróier construído no país, equipado com um radar multifunção, e um sistema de lançamento de mísseis. Ao mesmo tempo, aprovou um acordo de US$ 2,5 bilhões para comprar 25 helicópteros de ataque Apache e 15 Chinook, um helicóptero pesado. É um esforço que chama a atenção.
Estão substituindo os equipamentos obsoletos e fazem parte de um programa de US$ 100 bilhões na Índia para os próximos 10 anos. Produzindo internamente, procura atender as necessidades de importação de petróleo, recursos minerais e semicondutores. A administração Modi emitiu 93 licenças para o setor privado nos últimos 12 meses. Grandes grupos locais estão sendo estimulados para participar do esforço, inclusive em joint ventures com estrangeiros.
Informa-se que estes esforços estão contagiando até Israel para o aumento de sua indústria de armamento. Certamente, há uma corrida armamentista que costuma ser utilizada quando o resto da economia não está muito agressivo, e que acaba ampliando os riscos em todo o mundo.