Os Investimentos Chineses no Futebol
25 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia | Tags: além da participação dos grandes grupos econômicos, os chineses não jogam dinheiro fora, retornos proporcionados pelo futebol.
O jornalista Rafael Reis publicou um artigo no site da UOL informando que grandes empreiteiras chinesas, como Evergrande Real Estates ou comerciantes como Alibaba, estão investindo em futebol, podendo pagar fortunas pelos passes e salários de técnicos e jogadores, envolvendo nomes como Luiz Felipe Scolari ou Jadson, um dos destaques do Corinthians, cotado para a seleção brasileira.
O artigo não mencionou o fato dos asiáticos fazerem avaliações sobre os retornos que conseguem com os investimentos no futebol, dentro de um horizonte razoável. A China pretende sediar a Copa do Mundo nas próximas décadas, na esperança de chegar a campeão, havendo bilhões de seus fãs em todo o mundo, sabendo que é o esporte com mais telespectadores no mundo, transmitindo suas imagens. Seus empresários não jogam dinheiro fora e seguem os caminhos abertos por outros países que estão se destacando nesta modalidade esportiva, como o Japão.
Mesmo que por ora sejam jogadores já em fim de carreira, como Robinho e outros, está se contratando jogadores ainda em boa forma, como Paulinho, Diego Tardelli e outros que ainda podem render mais, como Jucilei e Wagner. Jadson consta da lista dos possíveis componentes da seleção brasileira e outros jovens estão se dirigindo à China, que ainda é avaliada como um lugar para se formar um “pé de meia” em poucas temporadas.
Mas técnicos brasileiros e outros já estão formando um grupo razoável, permitindo gozar do padrão de vida conseguido em muitos países europeus. Com o grupo acaba se formando uma comunidade, onde o churrasco é um dos motivos para reunir jogadores de diversos clubes bem como suas famílias. Só os que não conhecem cidades como Xangai e outros centros dinâmicos da China imaginam tratar-se de regiões exóticas, quando já são metrópoles internacionais de respeito, superiores às melhores metrópoles brasileiras, inclusive para estrangeiros.
Muitos destes jogadores são heróis locais e, além dos salários dos clubes, contam com patrocínios de agências de publicidade que procuram tirar partido de sua popularidade, o que certamente não conseguem no Brasil. Sua visibilidade está aumentando junto às populações de bilhões de pessoas. Basta que ajudem a vender camisetas e materiais esportivos para cada um entre 100 mil aficionados em futebol.
Como dizia Horácio Coimbra, que foi o primeiro patrocinador do Pelé, o brasileiro mais conhecido em toda a Ásia, se cada chinês tomasse uma xícara de café por ano já consumiria toda a produção brasileira de café.