Acordos Comerciais Internacionais Indispensáveis
2 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: evitando as paralisações, mudanças na política comercial externa., programas relacionados com o Brasil e não com o governo atual
O Brasil ficou limitado na sua agressividade da política comercial externa em decorrência do Mercosul e da insistência nos acordos globais no âmbito do OMC – Organização Mundial do Comércio, que não deslancharam. Independentemente do governo atual que está sendo questionado, o país precisa avançar nos acordos comerciais mais amplos, tanto bilaterais como regionais que estão se multiplicando no mundo mesmo com sensível atraso.
O mundo avançou nos acordos comerciais entre países e regiões, enquanto no Brasil ficou isolado
Um artigo publicado por Eliane Oliveira, publicado no site de O Globo, informa que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, entende que a expansão dos acordos comerciais em 2016 será de grande importância. O Brasil teria estabelecido entendimentos bilaterais com o Peru e a Colômbia, que vão além das reduções de tarifas de importação e exportação, mas compras do governo, serviços e proteção de investimentos. Começará as negociações com o México e o Canadá, que fazem parte da NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte, bem com a União Europeia neste ano. Ainda que seja um bom começo, a competitividade da indústria brasileira depende também de outros esforços. Certamente, o mundo amplia além da exportação de produtos industriais, recursos minerais e produtos agropecuários, serviços que se tornam cada vez mais importantes no mundo globalizado.
A redução do ritmo de crescimento da economia globalizada compromete as introduções das inovações que costumam vir acompanhadas nos investimentos de equipamentos que incorporam importantes novidades, proporcionando aumento de produtividade. Mas parece indispensável que os recursos humanos parcialmente ociosos possam ser direcionados nas mudanças de sistemas utilizados nos estabelecimentos industriais, ajudando a proporcionar aumento de produtividade e redução de custos. A competição está ficando cada vez mais acirrada, e todas as possibilidades de aumento das eficiências precisam ser aproveitadas.
Os períodos de dificuldades devem servir de desafios para inovações que permitam superar as dificuldades existentes, como também está ocorrendo com nossos concorrentes internacionais. A criatividade dos recursos humanos brasileiros pode ser aproveitada para a descoberta de novas oportunidades de investimentos, além das melhorias do que já está sendo feito.
As ineficiências existentes no Brasil podem ser superadas e ajudar no processo da conquista da competitividade, que está vinculada a um conjunto amplo de medidas e não depende somente de umas poucas inovações. Como tudo isto demanda tempo, em vez de ficar lamentando as dificuldades, parece oportuno que se lute para continuar sobrevivendo sem proteção, pois os desperdícios atuais podem ser parcialmente eliminados.
Parece indispensável reconhecer que parcela importante da indústria brasileira está relacionada com o aproveitamento dos recursos naturais, inclusive onde da produção agropecuária caminha cada vez mais para complexos sistemas agroindustriais.