Discussões Sobre as Saídas da Atual Crise
3 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: considerações dos economistas, divulgações sobre as propostas para a saída da atual crise, os que fazem as coisas. | 2 Comentários »
Ampliam-se as divulgações sobre os pontos de vistas de economistas sobre as saídas para a atual crise em muitos veículos de comunicação social no mundo e no Brasil, mas todos reconhecem as dificuldades que podem demandar muito tempo para serem superadas. Enquanto isto, nota-se esforços de quem precisa sobreviver, que dá contribuições mais objetivas, com soluções das mais variadas. (Foto: Ministro Nelson Barbosa, que conta com uma missão espinhosa).
Inicialmente, ainda que os problemas brasileiros sejam extremamente graves não são os únicos no mundo que passam por um período de ajustamento lento. As economias como as norte-americanas começam a se recuperar depois do acúmulo de diversas pequenas iniciativas. Os asiáticos, que conseguem manter um crescimento respeitável, também sofrem os efeitos da desaceleração observada na China, que também necessita promover reformas importantes.
Neste inicio do ano, os veículos de comunicação social divulgam pontos de vistas de diferentes economistas, como ocorre no jornal O Estado de S.Paulo. Mesmo sendo observações de consultores que não são os responsáveis pela execução de medidas difíceis, muitos reconhecem que os problemas são originários de erros acumulados ao longo do tempo e se agravaram com os exageros das vontades de reeleição, não respeitando as limitações existentes na economia. Muitas observações são relevantes, mas ainda parece que as dificuldades políticas são subestimadas, e nem sempre são consideradas as ações feitas em muitos lugares para a sobrevivência de empreendimentos de dimensões limitadas, mas que refletem a realidade brasileira.
Destacaram-se os esforços que estão sendo feitos na região de Cristalina, numa reportagem do Estadão, nas proximidades de Brasília, com uma produção agrícola diversificada utilizando a irrigação, dominando o cerrado. Continuam sendo feitos esforços deste tipo em muitos lugares do meio rural brasileiro, fugindo da regra que domina no país, principalmente nos grandes centros urbanos.
A Folha de S.Paulo informa sobre a história da empresária Andreia Konz que conseguiu consolidar uma pequena empresa de brindes e produtos de beleza, a AK Acessórios. Ela conseguiu um crescimento de 7% em 2015, contando com 100 funcionários. Isto depois de perder a sua filha e o marido, quando os fornecedores acreditavam na sua falência. Algumas pequenas e médias empresas estão conseguindo sobreviver graças às inovações dos seus proprietários.
O site de O Globo informa que a economia criativa cresceu 70% numa década no Rio de Janeiro, com vários pequenos empreendimentos estabelecidos com variadas inovações, ajudados pela incubadora Rio Criativo. Há notícias de algumas iniciativas nas favelas paulistas, com modas criativas para jovens da periferia.
Também a Folha de S.Paulo informa o caso de um nigeriano imigrante que está se dedicando ao ensino de línguas estrangeiras, inclusive de forma filantrópica para outros que necessitam aprender o português para poder trabalhar. Exemplos de muitos imigrantes na Europa também dão conta dos esforços para as adaptações às condições locais, registrados na imprensa internacional.
Estes são alguns exemplos de pessoas que às duras penas estão procurando fazer algo sem ficar discutindo teorias. Estes teóricos apontam mais as dificuldades, mas formulam poucas soluções possíveis.
Pois é, mas antes de entrarmos nas discussões sobre a saída da crise, é preciso descobrir a causa deste problema, afinal, se não sabemos qual é a doença, como poderemos curá-lo, não é?
Vejamos, no primeiro semestre de 2015, o governo Dilma investiu apenas 0,33% do PIB na infraestrutura do país. O cálculo é da Inter.B Consultoria.
De acordo com a Folha, como não há indícios de melhoras no segundo semestre, o Brasil deve ter fechado o ano com o pior percentual da história.
Para efeito de comparação, em 2014, o Peru separou 11% do PIB para grandes obras.
Ou seja, enquanto o Brasil investia migalhas para continuarmos crescendo, o governo Dilma construía um Porto em Cuba, deixando Santos assoreado, construía aquaduto na Argentina e financiava abastecimento de água no Peru e Moçambique enquanto São Paulo sofria crise hídrica e o Nordeste continua sem água. Construía hidrelétricas no Equador, Peru e Nicarágua enquanto nossa energia elétrica está “no vermelho”. Renovava gaseduto no Uruguai enquanto bueiros vivem explodindo no RJ . Construía vias em Luanda e Moçambique enquanto temos estradas no estado na BR 163, em péssimo estado de conservação e que vive desmoronando.
Enfim, enquanto o governo Dilma continuar com essa política econômica de financiamento, de gastos bilionários em diárias, cartões corporativos etc, qualquer discussão sobre saídas para crise não fará sentido.
Caro Paulo Sakamoto,
Obrigado pelas suas observações. Além dos aspectos apontados, parece que existem problemas mais profundos que não dependem somente do governo Dilma Rousseff.
Paulo Yokota