Fábricas de Empresas Japonesas na China com Robôs
6 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: atração inicial pelos recursos humanos baratos, intensificação atual do uso de robôs, mudanças dos salários reais.
Em que pesem muitas críticas à evolução da economia chinesa, deve-se reconhecer que os salários reais na China se elevaram de forma que fábricas japonesas lá instaladas passam a utilizar mais robôs para continuar competitivas, tanto para atender ao mercado interno como exportar para o Japão.
Um robô utilizado por uma empresa de autopeças japonesa na China reduz a utilização de recursos humanos, segundo foto publicada num artigo do Nikkei Asian Review
Muitas empresas da indústria automobilística do Japão se instalaram na China para aproveitar os recursos humanos baratos. Mas agora os salários reais naquele país estão se elevando, e em Guandzhou os salários mínimos cresceram 20% em 2015, a maior taxa entre as principais cidades chinesas. As empresas japonesas lá instaladas estão aumentando a robotização, transferindo os recursos humanos para tarefas não repetitivas. Também os operários chineses evitam trabalhos pesados nas fábricas e procuram adaptar-se às novas funções, como a de controles dos robôs.
Entre estas empresas, citadas num artigo elaborado por Natsuko Katsuki e publicado no Nikkei Asian Review, estão as produtoras de autopeças GH Auto Peças e a F-Tech, que fornecem para a Honda.
Como o mercado chinês de automóveis também está em adaptação, a redução dos custos e aumento das eficiências se tornaram indispensáveis, inclusive para abastecimento das montadoras no Japão.
O artigo menciona que os jovens chineses nascidos nos anos 1980 e 1990 tendem a evitar empregos nas fábricas, procurando aqueles com maior valor agregado, o que está ajudando neste processo de robotização. Este tipo de mudança terá que ocorrer também no Brasil e em outros países emergentes, pois haverá certamente um forte ajuste na indústria automobilística mundial, e todos terão de contar com custos mais baixos e aumento de eficiência para continuarem competitivos.
Este tipo de ajuste necessitará da compreensão dos líderes sindicais para as transformações no mundo, que não terá mais condições de manter empregos para tarefas repetitivas que possam ser substituídos por robôs. Outros tipos de mecanização acabarão ocorrendo, como o que se observa com intensidade no setor agrícola brasileiro, com elevada eficiência.