Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Vencendo o Pessimismo na América Latina

18 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: análises pessimistas que podem ser superadas., artigo do Fabio Murakawa no Valor Econômico, efeitos da recessão pós-boom

O que vem acontecendo ao longo da história é o fato dos analistas econômicos errarem sistematicamente nas suas avaliações, não considerando que quando o mercado internacional se torna desfavorável acabam ocorrendo correções forçadas como os câmbios. Estes erros acontecem notadamente na Cepal.

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Gráfico constante da matéria do Valor Econômico

Quando as economias dependem do mercado, os ajustes acabam ocorrendo pelas suas cotações. Quando existem resistências e intervenções das autoridades, elas acabam fracassando, e os governos necessitam corrigir as suas políticas econômicas diante da falta de alternativas, ainda que de forma dolorosa.

Mesmo quando as intervenções como as do FMI se tornam necessárias, elas acabam exigindo das autoridades locais correções substanciais para que as assistências internacionais sejam concedidas. O ideal seria as autoridades entenderem que existem limitações na economia, e suas vontades não podem apresentar soluções, ainda que desejadas.

Nos momentos de boom, muitas economias latino-americanas, com destaque para o Brasil, as autoridades imaginavam que os benefícios das exportações, tanto em quantidade como nos preços, decorriam de suas ações. Hoje, estão amargando os seus reversos e quanto mais cedo admitirem as mudanças indispensáveis, ainda que dolorosas, seus ajustamentos serão mais rápidos.

As correções cambiais nem sempre são claramente entendidas, pois representam mudanças dos preços relativos, havendo um forte corte do salário real em moedas fortes. No Brasil, isto já está ocorrendo, com a substituição das importações, mudanças nas contas de turismo, e um início de recuperação das exportações, Na economia, as expectativas funcionam muito rapidamente, e elas acabam alterando o quadro geral velozmente.

Muitos países latino-americanos deixaram de ser exportadores de produtos primários e já contam com industrializados, que estão se voltando para mercados desenvolvidos como o da América do Norte, tendo possibilidades de se ampliar para a Europa e para a Ásia, se o TPP for acelerado.

No caso brasileiro, os salários, como os dos engenheiros da Embraer, estavam acima dos praticados nos Estados Unidos, mas com as mudanças no câmbio já estão corrigidos. Estas mudanças não precisam ser anunciadas, mas os empresários atuantes nestes países percebem mais rapidamente que os acadêmicos e analistas de organizações internacionais. Como muitas autoridades locais já conhecem o que veio ocorrendo no passado, tudo indica que estes ajustes serão mais rápidos em países como o México, o Chile, a Colômbia e espera-se que também no Brasil, principalmente no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e no Ministério da Fazenda.