Controle dos Fluxos de Capital no G-20 de Xangai
15 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: aumentam as pressões dos países emergentes., o difícil problema do controle dos fluxos de capital na agenda da reunião do G-20 em Xangai, uma tentativa difícil de ser aceita pelo sistema bancário
Um artigo publicado no Nikkei Asian Review informa que está na agenda da próxima reunião do G-20 a ser realizada em Xangai o controle dos fluxos de capital no mundo. O assunto é difícil de ser resolvido, pois deve sofrer uma forte resistência do sistema financeiro internacional, mas interessa a países emergentes como a China e o Brasil.
Xangai onde deve se realizar a próxima reunião do G20
A China tenta revolver um dos seus graves problemas aumentando o controle dos fluxos financeiros, pois uma parcela de suas gigantescas reservas internacionais já foi consumida pela fuga de capitais para outros países. Este é um assunto sempre tentado, mas nunca resolvido, pois o sistema bancário mundial obtém uma parcela importante dos seus lucros com estas volumosas movimentações que superam em muito os financiamentos do comércio internacional.
O FMI como o BIS e o BCE já tentaram estes controles que são difíceis de serem executados, mas nunca tiveram sucesso, pois o poder do sistema bancário mundial permeia os governos, notadamente os dos países desenvolvidos que usufruírem de suas vantagens e que tornam as economias emergentes vítimas de fortes flutuações.
Apesar das volumosas reservas internacionais, como da China, elas não são suficientes para resistirem às fugas que ocorrem não só dentro da China como em Hong Kong, Taiwan e outros centros onde os chineses possuem volumosos interesses. Como também existe naquele país um sistema bancário paralelo que financiam os especuladores e os problemas acabam ficando mais complicados.
Muito vai depender do preparo das propostas para esta agenda, mas as pressões estão aumentando em todo o mundo, não se aceitando mais os privilégios do sistema bancário que são responsabilizados por problemas como os que decorreram das más aplicações de 2007/2008, tendo sido ajudados pelas autoridades usufruindo grandes lucros, diante do receio de um problema sistêmico. Hoje, os bancos parecem mais capitalizados e existem crescentes resistências para a concessão de assistências extremamente lucrativas.
Num prazo relativamente curto, poderá haver indicações mais seguras sobre esta queda de braços entre os bancos e os governos, esperando-se que algum tipo de regulamentação acabará sendo imposto. Os resultados negativos registrados nas cotações das ações dos bancos neste início de 2016 pode ser um indício de que os bancos não continuarão contando com os privilégios que tinham.