Entrevista do Economista Ha-Joon Chang de Cambridge
1 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: entrevista sensata para o Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, inclusive do Brasil, palestras na Escola de Economia da FGV – SP., um estudioso de muitas economias do mundo
O economista coreano Ha-Joon Chang, PhD por Cambridge, está se destacando, tendo um livro em português, “Economia – Modo de Usar”, Companhia das Letras, e com suas observações sensatas começa a se destacar como um bom observador de várias economias do mundo.
Economista Ha-Joon Chang, PhD por Cambridge, fez palestra na Faculdade de Economia da Fundação Getúlio Vargas – SP
Numa rápida entrevista concedida a Diego Viana do suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico ele expressa que o mundo desenvolvido continua com problemas desde a crise de 2008, podendo passar por uma nova bolha, por estar exageradamente concentrado em atividades financeiras, e que o Brasil atrasou-se na preservação do seu sistema industrial.
Ele entende que o Brasil como alguns outros países emergentes se concentraram somente no fornecimento de produtos primários e agora enfrentam problemas com a desaceleração do crescimento da economia chinesa e os problemas que estão ocorrendo com o setor de petróleo. A sua opinião é a mesma dos analistas mais profundos dos problemas econômicos mundiais, com a exagerada influência do sistema financeiro mundial que preservou seus privilégios, apesar de ser o responsável pelas recentes crises.
Também apresenta suas reservas com as limitações das estimativas como as da China, entendendo que os problemas podem ser mais graves, exigindo reformas estruturais profundas. Mas busca moderar suas observações, procurando ser cauteloso.
Ele observa que os acordos comerciais como o TPP procuram preservar os poderes dos Estados Unidos, enquanto países emergentes como o Brasil não foram capazes de resguardar a sua capacidade de produção industrial, havendo muitas posições ideológicas e teóricas. Haveria um exagero de concentração na economia, sem considerar a política e outros conhecimentos culturais que poderiam ampliar o horizonte das considerações estratégicas de prazo mais longo.
Ele entende que as crises econômicas aprofundam as desigualdades de renda entre os cidadãos, criando problemas que podem se tornar políticos de grandes dificuldades. Suas análises podem ser úteis para a compreensão de parte do que está acontecendo, deixando muitas autoridades perplexas, sem saber o que fazer, além da ampliação da liquidez internacional e local.