Matéria de Capa do The Economist
17 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: a maconha vira assunto de capa da The Economist, dificuldades do seu combate, tendência ao aumento da legalização, uso como medicamento
Mesmo não sendo um moralista, considerar que a maconha tenha importância para merecer um artigo de capa de uma revista importante como The Economist parece um exagero.
Capa do The Economist
A ampliação da legalização da maconha em muitas partes do mundo, quer como base para medicamentos quer como para uso pessoal, a ponto de merecer este tratamento de uma das mais importantes revistas do mundo, permite duas interpretações. A primeira, que há uma falta de outros assuntos relevantes no mundo, e a segunda, que o assunto tem a importância que não consigo perceber.
Os partidários da legalização fazem um paralelo com o uso do cigarro ou das bebidas alcoólicas, mas parece-me que os riscos envolvidos com o uso da maconha são mais elevados para os seres humanos. Não se pode mais recomendar que os jovens evitem seu uso, que cria dependência, mesmo sabendo que se trata de uma droga que pode alterar o comportamento humano de forma mais grave que o álcool.
Muitos poderão dizer que este uso depende das decisões pessoais que teriam que ser respeitadas, mas parece que até o momento se trata de uma pequena minoria que poderia envolver riscos para outros. Seria como permitir que motoristas consumissem álcool quando estão dirigindo. Sobre a dificuldade do combate ao seu tráfico, aceitar a rendição diante dos traficantes não parece razoável.
Os que precisam da maconha como remédio, sua regulamentação parece relativamente fácil, como no caso de outras drogas que também são autorizadas, com os devidos cuidados. Não parece tratar-se de um problema de saúde pública que envolva a muitos.
Do ponto de vista econômico, político ou social, não quer me parecer que a maconha tenha tanta importância para merecer esta atenção. O que parece é que se fica perplexo com esta decisão da revista, ainda que se deva respeitar totalmente a sua decisão, que é no mínimo estranha e não merece nem este artigo.