O DNA do Arroz Provoca Nova Revolução Verde
23 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: alimento de metade da população mundial, os conhecimentos sobre o arroz provocam nova revolução verde, pesquisas efetuadas nas Filipinas
No mundo inundado por notícias negativas sempre existem algumas alvissareiras que permitem visualizar a melhoria das condições de vida da população mundial. Uma que vem merecendo grande destaque é a nova revolução verde que está se desenhando com a ampliação do conhecimento do DNA do arroz.
Foto distribuída pela agência AFP mostrando agricultores trabalhando no Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz em Laguna, no sul de Manila, nas Filipinas, em fins do ano passado
O Yomiuri Shimbun publica um artigo baseado no despacho da agência AFP Jiji. Segundo ele, cientistas asseguram que nos próximos anos os agricultores terão uma nova tecnologia de sequenciamento do genoma à sua disposição, ajudando a compensar uma miríade de problemas que afetam a produção do arroz.
Baseando-se em um enorme banco de variedades armazenados nas Filipinas e a tecnologia chinesa no estado de arte, os cientistas concluíram recentemente a sequência do DNA de mais de 3.000 dos tipos mais importantes de arroz do mundo. Vai se conseguir variedades de maior rendimento, que evitem pragas e doenças, com mais nutrientes e vitaminas.
Segundo o bioquímico norte-americano Kenneth McNally, que está no Instituto, vai se conseguir uma grande ajuda para a segurança alimentar por meio desta planta que vem sendo utilizada há milhares de anos e cujos rendimentos vieram melhorando pelas várias técnicas de plantio. Até o momento se desenvolveram com o cruzamento de variedades e agora os gens estão conhecidos deixando os esforços de adivinhação.
Hoje se consegue colocar as novas variedades à disposição dos agricultores em menos de três anos, quando antes havia necessidade de 12 anos de pesquisas. Já se conhecem os DNAs de 127 mil variedades. Não se trata de modificações genéticas.
Vão ser neutralizadas as destruições com inundações, secas e mudanças de temperatura com as alterações climáticas. Pragas e doenças que evoluíam para resistir a herbicidas e pesticidas serão minimizadas.
Os cientistas contam com instrumentos para tirar proveito do banco de dados. Conta-se com cientistas de todo o mundo para este trabalho, entre eles o russo Nickolai Alexandrov. Eles consideram que é uma nova revolução verde, repetindo o que Norman Borlaug conseguiu para obter o Prêmio Nobel da Paz em 1970.
O arroz dos próximos anos terá mais nutriente beneficiando a população mundial, notadamente os menos favorecidos que não tinham acesso a estas vantagens. Para quem ajudou na primeira revolução verde, ainda que modestamente, esta é uma grande notícia que eleva o ânimo no futuro da humanidade.