Política Econômica em Muitos Países no Mundo
1 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: juros negativos no Japão., o uso da política monetária, persistência das dificuldades, problemas para ativação das economias | 6 Comentários »
Entre os muitos países no mundo que, apesar da dificuldade da política monetária para incentivar a recuperação da economia, insiste em até adotar juros negativos, está o Japão, o que denota a confusão existente entre os formuladores de política econômica, com as restrições dos orçamentos fiscais.
Bank of Japan onde o seu presidente Haruhiko Kuroda tenta estimular a economia japonesa com juros negativos
A economia japonesa está praticamente estagnada há mais de duas décadas, inclusive com deflação, e mesmo com as diversas tentativas, até com o chamado easing monetary policy, os resultados continuam sendo mínimos, no máximo com a atual desvalorização do yen. Agora, para a surpresa do mundo, tenta-se adotar até uma taxa de juros negativa para alguns depósitos efetuados pelos bancos naquela autoridade central.
Os policy makers de todo o mundo já deveriam ter aprendido que a política monetária serve para reduzir o seu crescimento com a elevação dos juros, mas não consegue estimular o aumento de consumo, principalmente quando as famílias resistem a tomar atitudes expansionistas. Esta insistência decorre da impossibilidade do uso da política fiscal diante dos elevados déficits que já produzem dívidas públicas difíceis de serem honradas. Como os bancos centrais só dispõem de parte dos instrumentos, acabam insistindo no uso do que contam, mesmo com as ineficiências que estão colhendo.
As autoridades monetárias contam com independência para suas políticas, orientação que veio sendo adotada com as políticas de metais inflacionárias, que costumam ser positivas e com tendências crescentes. Mas, qualquer teórico de economia sabe que as políticas econômicas só apresentam eficiência quando o conjunto dos instrumentos econômicos é utilizado com coordenações eficientes entre eles. As restrições costumam estar no aspecto fiscal, pois a população resiste às tributações enquanto, com a ajuda do setor político, deseja principalmente a ampliação das assistências sociais, além da previdência que sempre acaba sendo complicada pelo aumento da idade média verificado no mundo.
Também os acidentes climáticos estão aumentando na medida em que a humanidade vem utilizando poluentes lançados na atmosfera, que acabam implicando em gastos públicos diante dos desastres em diversas localidades, exigindo atendimentos emergenciais que nem sempre estavam previstos.
Nos países emergentes tem sido difícil conseguir o resultado fiscal indispensável para honrar os encargos da dívida pública o que, acrescendo outras dificuldades além das que ocorrem nos países desenvolvidos que não desejam se sacrificar diante das conquistas que já obtiveram no passado, quando as economias apresentavam crescimentos que parecem comprometidos.
Em 2015, a Toyota vendeu mais veículos que qualquer outra montadora e o senhor não escreve nada a respeito?
Caro Clóvis Bruno,
Conheço bem a Toyota em todo o mundo. No que se refere aos países emergentes, tenho a impressão que deixam a desejar, pois estão atualmente focados na produção do que chamam de carros híbridos (elétricos e a gasolina) evoluindo para veículos que dispensam os motoristas. Não só ela como os japoneses tiveram muitos problemas com veículos que utilizam cintos de segurança e airbag (de fornecedores japoneses que apresentaram muitos problemas, e continuam efetuando recall) e os que consomem combustíveis com etanol, que contam com pouca eficiência, pois estas tecnologias são da Bosch alemã. Estão tentando produzir carros mais baratos utilizando uma subsidiária. Tenho a impressão que nas próximas décadas haverá uma redução da produção de veículos, bem como uso de combustíveis derivados de petróleo que aqueceram exageradamente a atmosfera gerando irregularidades climáticas. Os problemas estarão na produção de veículos eficientes, sem um custo exagerado, sem se preocupar muito com a quantidade.
Paulo Yokota
O Dr. Yokota é, como de costume, brilhante em seus comentários. Parabéns!
Caro Olavo Alves,
Obrigado pelo uso do site. Fazemos o que é possível para continuar melhorando.
Paulo Yokota
Ilustre,
A Toyota “matou” a marca Scion, além de comprar o restante das ações da Daihatsu. Há rumores de que ela fará uma aliança com a Suzuki. Com certeza, o Akio Toyoda está desenvolvendo alguma boa estratégia para os mercados emergentes, bem como almeja melhorar a eficiência da montadora fundada pelo seu avô.
Caro Dagoberto,
Obrigado pelos comentários. Acho que a Toyota, como uma boa empresa, acaba dando prioridade nos mercados que apresentam grandes dimensões, e entre os emergentes os asiáticos contam com preferência.
Paulo Yokota