Tiro no Pé da Imprensa Brasileira
22 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: ênfase nos assuntos negativos, queda da qualidade, redução das publicidades nos jornais e revistas
Todos nós necessitamos de uma imprensa livre e ativa que forneça o quadro de todas as informações para podermos formar as nossas opiniões com o máximo de isenção possível. A exagerada ênfase nos aspectos negativos na imprensa brasileira parece provocar o desinteresse dos leitores e, consequentemente, a queda dos anúncios, prejudicando os veículos, num círculo negativo.
Inundação de matérias com conotações negativas, que reduzem o interesse dos eleitores e dos anunciantes
Ninguém pode ser a favor da censura da divulgação de assuntos problemáticos, mas tudo poderia ter um razoável equilíbrio com as informações positivas, pois os leitores não suportam ser bombardeados somente por notícias negativas. Se existe 10% de desempregados brasileiros, o que é alarmante e deve ser noticiado, devemos constatar também a existência de esforços para se manter 90% dos trabalhadores empregados, sobre os quais pouco se informa. Se muitos estão sendo atingidos por picadas do Aedes Aegypti, lamentavelmente, seria conveniente noticiar que a maioria está superando os problemas sem que sintomas de muitas doenças se manifestem, pelas mais variadas razões que estão sendo investigadas.
Muitas empresas privadas brasileiras continuam trabalhando procurando superar as dificuldades e muitos destes casos estão sendo anunciados, mas sem o devido destaque que poderia servir de exemplo para outras. Efetuam-se esforços no sentido que haja uma negociação entre empregados e empresários de forma que, diferenciada em cada caso, haja possibilidade de manutenção dos empregos dentro de um quadro muito adverso.
Todos sabem da existência de muitas moléstias que estão sendo atribuídas as picadas do Aedes Aegypti, não havendo pesquisas para proporcionar um conhecimento científico completo. Noticiam-se os esforços feitos por todos os pesquisadores do assunto, sabendo-se que nem todos contraem estas doenças pelas razões mais diversas, inclusive por terem contraídos no passado criando anticorpos para o seu combate. Todas as alternativas levantadas podem mostrar que existem razões para permitir um otimismo para a superação dos problemas, inclusive para a criação de vacinas no futuro. É claro que não se devem alimentar ilusões, mas existem indícios que a maioria da população brasileira não vem sendo afetada. Já enfrentamos situações similares que foram superadas.
Ainda que os percentuais de todos os afetados pelos problemas enfrentados no Brasil como no mundo, não parece que o pânico seja conveniente para ajudar nas suas soluções. O que faz com que muitos brasileiros evitem a depressão pela inundação das dificuldades sobre os quais não podem atuar. Acabam evitando ler notícias negativas, pois não são masoquistas.
Os veículos de comunicação procuram reduzir seus custos utilizando profissionais menos experientes com salários mais baixos, o que tende a baixar a qualidade da imprensa. Havendo um maior equilíbrio com as notícias que criam expectativas positivas, ainda que para o futuro, parece que o interesse dos leitores será mantido, estimulando os anunciantes.
Parece que os empresários do setor de comunicação são capazes e já superaram outras fases com a ajuda de ideias criativas e novas tecnologias que estão sendo absorvidas, que não sacrifiquem o emprego ou criem outros novos. Sempre houve ciclos econômicos e todos foram superados com a melhoria da eficiência da economia mundial, que proporcione melhores padrões de vida para a população. Não parece conveniente que se dê tiro no próprio pé.