A Energia Limpa no Brasil
31 de março de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: suplemento especial do Valor Econômico
O Brasil é um dos países do mundo que mais gera energia limpa e, em 2013, tinha as renováveis de cana de açúcar (19,1%), a hidroelétrica (13%), a de lenha (9,5%) e outras (4,8%), e as não renováveis com petróleo (40,6%) e outras (13%), ampliando atualmente as energias solares e eólicas. A produção mundial, segundo a The International Energy Agency, no mesmo ano de 2013, tinha de petróleo (31,1%), carvão mineral (28,9%), gás natural (21,4%), biocombustível (10,2%), nuclear (4,8%), hidroelétrica (2,4%) e outros (1,2%).
Capa do Suplemento Setorial do jornal Valor Econômico
Sendo um país abençoado pela natureza, o Brasil não apresenta uma propensão para a economia, desperdiçando muito do que é gerado com relativa facilidade e de forma limpa quando comparado internacionalmente. O ex-ministro de Minas e Energia Shigeaki Ueki apresentou recentemente numa palestra um quadro mostrando que poucos países contam com tanta energia hidrelétrica.
Mas, infelizmente, dedica-se pouco para economizar a energia que produz, havendo muitos desperdícios. Uma das dificuldades brasileiras é que a hidroelétrica depende muito das chuvas, havendo períodos preocupantes, como outros com precipitações adequadas, como neste ano.
Como muito da geração e da distribuição hoje é efetuada pelo setor privado, os retornos dos investimentos dependem do nível de consumo, que atualmente está baixo, diante da recessão mais acentuada do que em muitos outros países. O planejamento do setor energético acaba ficando complicado e existem momentos onde o governo, por intermédio de suas agências, necessita tomar medidas corretivas, que acabam complicando muitas vezes o quadro.
O Brasil deveria ser competitivo em produtos que utilizam muita energia, que deveria ser barata nos momentos de crise, acabou reduzindo algumas atividades, como a produção de alumínio. Ainda utiliza pouca energia elétrica no setor de transportes, como trens e metropolitanos, ou mesmo ônibus.
O suplemento setorial de Energia do jornal Valor Econômico acaba por estimular discussões sobre estes aspectos importantes, notadamente agora que o mundo procura estimular a produção de energia limpa, onde o Brasil apresenta amplas possibilidades, mas necessita de uma política estável por longo tempo.