Governo Japonês Intensifica Japan Houses no Mundo
25 de março de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: comparação com a política chinesa usando o Instituto Confúcio, dimensões dos recursos em outra escala, instalação de Japan Houses em 2017 em São Paulo, Londres e Los Angeles
Ainda que o governo japonês noticie a intensificação das divulgações culturais daquele país no exterior com o uso das Japan Houses, comparando-se com a escala chinesa, observa-se que ainda é muito modesta.
Ilustração de parte do Japan House na Avenida Paulista, em São Paulo
O espaço da unidade que será instalada em São Paulo é bastante limitado, e o terreno foi alugado do seu atual proprietário. Pelo que se sabe, a atual Fundação Japão está com o seu orçamento restrito e o Japão não entende que o ensino da língua japonesa proporcione os retornos desejáveis. Assim como a língua portuguesa, o idioma japonês é limitado no seu uso pelo mundo afora e fica em desvantagem quando comparado com os que preferem o inglês, que tem uma demanda natural muito ampla.
Para superar dificuldades semelhantes, a China vem utilizando o Instituto Confúcio, e as autoridades brasileiras chegam a recusar recursos para a intensificação dos seus investimentos no Brasil. Começa pelo ensino do mandarim, passando por investimentos nas promoções do intercâmbio comercial, enfatizando as vantagens da promoção do comércio com aquele país. Todos sabem que são imensas as dificuldades chinesas para continuar mantendo um elevado crescimento econômico, mas, mesmo com a redução do seu ritmo, já conta com uma dimensão respeitável, e suas possibilidades de financiamentos dos empreendimentos no exterior são assustadores.
Países emergentes como o Brasil, que enfrentam muitas dificuldades, estão recebendo volumosos recursos para seus projetos, notadamente na ampliação de sua infraestrutura. Não se acredita, assim mesmo, que a China continuará mantendo os elevados índices registrados no passado recente.
O Brasil conta com uma população simpática à japonesa, possui conhecimentos superficiais sobre aquele país, e necessita ampliar o conhecimento cultural correto, começando pelo aumento daqueles que dominem o idioma japonês, estratégico para tanto. Mesmo reconhecendo as dificuldades japonesas, o que acaba se sentindo é que suas divulgações poderiam ser mais amplas, notadamente nos países que são parceiros tradicionais, não tendo problemas de conflitos militares diretos.
Seria interessante auscultar quais as aspirações brasileiras no campo do intercâmbio cultural bilateral.