Impacto do Aquecimento Chinês no Mundial

18 de março de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: a contribuição chinesa é muito menor que a esperada, pesquisa publicada no Nature, sistemas complexos para a avaliação dos efeitos líquidos

Havia um entendimento que a China contribuiria com cerca de 26% do aquecimento global, mas pesquisas profundas efetuadas por um grupo internacional de cientistas e publicadas na Nature, revista de alto prestígio, mostram que não chegam a 10%, havendo uma tendência recente para o seu declínio.

Gráfico constante do artigo publicado na Nature, mostrando a contribuição absoluta e relativa da China no aquecimento global, bem inferior do que se supunha

Com o emprego de modelos matemáticos sofisticados, chegou-se à conclusão que, além da produção de poluentes, é preciso considerar também os materiais absorvidos, considerando a sua contribuição líquida. Com os dados disponíveis sobre a China desde meados do século 19, chegou-se à conclusão de que isto já ocorria no passado, tendo crescido no século 20, apresentando uma tendência da redução recentemente.

Os estudos sofisticados apresentam uma profusão de dados e pesquisas para diversos poluentes ao longo de muito tempo. Isto não significa que deva se despreocupar com o assunto, mas, colocando numa dimensão mais razoável, as autoridades chinesas devem ficar estimulados a contribuir dentro das diretrizes recentemente aprovadas em Paris para todos os países.

Como são dados científicos, fica difícil de serem avaliados pelos leigos, mas os estudos sofreram críticas de um avaliador independente e não conhecido. São procedimentos normais nas revistas científicas de prestígio internacional. As bibliografias citadas são vastas, mostrando que os estudos são sérios.

Na medida que estes conhecimentos sejam mais específicos, as formas de atuação para a redução dos poluentes parecem ganhar um novo estímulo. Seria desejável que estudos desta natureza fossem feitos para todos os países relevantes no assunto.