Cientistas da Amazônia Com Dificuldades Para Ir ao MIT
29 de abril de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Estadão, estão fazendo uma vaquinha para conseguir os recursos, identificação da presença do mercúrio
É uma vergonha nacional que uma equipe de pesquisadores da Amazônia não conte com recursos para comparecer a um evento no MIT. Eles já conseguiram meios para identificar a presença do mercúrio, foram premiados e conseguiram aperfeiçoamentos adicionais.
Cientistas da Amazônia que já ganho medalha de ouro no MIT
Um artigo de Clarissa Thomé publicado no Estadão informa que uma equipe de 10 pesquisadores da Universidade Federal da Amazônia e da Universidade do Estado da Amazônia conseguiu numa etapa anterior há dois anos superar os de Harvard e de Hong Kong numa competição internacional no MIT – Massachusetts Institute of Technology, obtendo a medalha de ouro. Não puderam competir no ano passado e estão fazendo uma “vaquinha” para voltar este ano, com novos aperfeiçoamentos.
Como são sabidos, os garimpeiros utilizam o mercúrio, de forma criminosa, para conseguir um pouco de ouro. Estes produtos não são diluídos e acabam sendo consumidos por peixes que, por sua vez, os transmite até aos seres humanos que os consomem, ainda que em pequena escala, mas este mercúrio não é eliminado. O que os pesquisadores conseguiram é aproveitar bactérias E.coli geneticamente modificadas que se tornam sensores do mercúrio mudando de cor na presença do metal. Também foram manipuladas para “sequestrar” o produto químico, que consegue degradar o mercúrio, alterando para a forma gasosa, menos tóxica. Com esta descoberta, conseguiram a medalha de ouro na competição anterior no MIT. Desde então, fizeram rearranjos nas moléculas de DNA, o que as tornou mais sensível à presença de mercúrio, mesmo em pequenas quantidades.
O captor de mercúrio consegue adesão de mais de 70% das moléculas, segundo o artigo. Desenvolveram circuitos genéticos mais eficientes, que são importantes para o banco de dados da competição. Estes aperfeiçoamentos permitiriam na nova competição obter uma boa colocação.
Com o custo total de somente R$ 70 mil, além das inscrições individuais e outras despesas, eles conseguiriam nova participação na competição do MIT e para tanto estão efetuando campanhas pelo site Kickante (www.kickante.com.br/campanhas/ciencia-brasileira-no-mit).
Não se compreende porque o governo brasileiro não apoia um projeto tão expressivo, de custo extremamente baixo.