Duro Artigo de Delfim Netto na sua Coluna no Valor Econômico
26 de abril de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: a política de Dilma Rousseff para vencer as eleições para o segundo mandato, abusos quando o quadro econômico já era precário, contabilidade criativa, continuidade da irrealidade | 2 Comentários »
As observações do professor Antonio Delfim Netto são profundas e duras, mostrando que Dilma Rousseff abusou da contabilidade criativa quando já estava claro que os recursos disponíveis eram menores que os necessários. Depois da vitória eleitoral apertada, continuou insistindo em gastos superiores, mostrando um desprezo pelo esforço para o equilíbrio.
Foto de Antonio Delfim Netto no seu escritório
Os artigos do professor Antonio Delfim Netto são duros quando ele mostra que a presidente Dilma Rousseff fez o “diabo” para vencer as eleições para o seu segundo mandato, quando já estava claro que os recursos disponíveis eram inferiores aos necessários para manter os programas do governo, que continuavam aumentando os gastos públicos. Mesmo depois de sua apertada vitória, ela insistiu em continuar com estes gastos, mesmo sabendo que eram superiores aos recursos disponíveis, levando o Brasil para a calamitosa situação econômica onde se encontra, agora agravada pelo processo do seu impeachment.
Depois de divulgar um programa enganoso, ela acabou adotando o que estava sendo proposto pela oposição, sequer reconhecendo a impossibilidade de continuidade do seu projeto, desculpando-se aos seus eleitores. Agora, colhe o que plantou, com uma forte pressão para o seu impeachment, alegando um “golpe”, na falta de um argumento mais substancioso. Produziu o desemprego de 10 milhões de brasileiros, mudando os executores do seu programa, sem a imposição de cortes substanciais nos gastos públicos.
Chegou a ponto de ser obrigada a atrasos nos pagamentos de funcionários públicos, notadamente nos Estados, rompendo as limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, provocando uma queda de sua confiabilidade, sem que haja uma governança confiável no governo.
Moveu-se pela procura de resultados de curto prazo, quando a economia exigia reformas substanciais que poderiam provocar mudanças de longo prazo. Muitas das questões estão sendo decididas no Judiciário.
Segundo o artigo, Dilma Rousseff ignorou até as lições do Código de Hamurabi, escrito na Suméria há pelo menos 3.700 anos. Ainda que sejam difíceis as aceitações dos pesados sacrifícios pelos potenciais sucessores, parecem irrecuperáveis as situações com a permanência do atual governo.
É golpe, sim. Mau gerenciamento da economia não caracteriza motivo para um impeachment. Esse processo de impeachment é inconstitucional, quer vocês gostem da presidenta ou não.
Cara Prescila,
Sempre existem visões diferentes, ainda que sobre fatos objetivos, como Akira Kurosawa apresentou no seu filme Rashomon. Concordo que o mau gerenciamento não é motivo para o impeachment do ponto de vista legal, mas o processo é um procedimento eminentemente político e não legal. O governo cometeu muitos erros políticos que o deixaram sem suporte mínimo no Congresso. Ficou difícil de ser sustentado, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado que deverá julga-la com o Presidente do Supremo Tribunal Federal no seu comando.
Paulo Yokota