O Sucesso do Repelente Exposis
11 de abril de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: começou na França, propaganda somente para médicos, sucesso no Brasil, uso do icaridina alemão
Se existe um processo de informação boca a boca que funcionou no Brasil é o do repelente Exposis. Ele se tornou líder do mercado com publicidade dirigida somente para os profissionais de medicina, mas acabou chegando ao público.
O francês Eric e a brasileira Silvia Lundwall em Paris, onde começaram a desenvolver o Exposis, hoje um sucesso no Brasil. Foto publicada no artigo da BBC Brasil, que está no site da UOL
O desespero provocado pelo zika vírus, com a guerra ao aedes aegypti, transmissor do zika, chikungunya e dengue, provocou um crescimento de 30 vezes na venda num ano. Mas começou com o combate à malária e o sucesso foi obtido pela utilização das empreiteiras nas usinas da Amazônia, que precisavam proteger os operários.
Um artigo elaborado por Ruth Costas e Daniela Fernandes do BBC Brasil consta do site da UOL e informa como começou toda a história do Exposis. A estudante de doutorado brasileira formada na Politécnica da USP, que fazia o doutorado na École Centrale de Paris, teve uma avó que sofreu uma infecção. Foi atendida por Eric Lundwall, um médico generalista, que acabou em casamento depois de algum tempo. Ele atuava no hospital Avicenne que atendia os viajantes para regiões onde ocorriam doenças como a malária.
Acabaram criando um pequeno laboratório de nome Osler, que acabou sendo vendido para outro maior, e produzia o Insect Écran, mas já utilizava uma substância que tem como princípio ativo a icaridina como o Exposis. Conseguiram a recomendação de pesquisadores e venceram até uma concorrência para fornecimento de repelentes ao Exército da França. Já tinham a ideia de atuar no Brasil, um país tropical, e conseguiram convencer Paulo Guerra, irmão dela a se juntar ao projeto.
No mercado brasileiro, que tinha como foco a malária, optaram para não efetuar publicidade para o público, mas atuar junto aos médicos. Um grande impulso acabou ocorrendo com as empreiteiras que trabalhavam nos projetos hidroelétricos da Amazônia, inclusive Belo Monte.
Os surtos da dengue ajudaram na expansão das vendas, ainda que seu preços fosse quase o triplo dos concorrentes, tendo 25% de icaridina para um efeito mais longo de até 10 horas. Os concorrentes contam com menor percentual na composição. Com o pânico do zika vírus, o produto esgotou-se nas farmácias, e com a importação do componente da Alemanha, até por avião, consegue-se hoje suprir o mercado. Eles também tem autorizações para exportar para a América Latina, os Estados Unidos e o Canadá.
A atividade desta empresa brasileira é estressante, segundo o artigo, pois necessita atender às ansiedades dos potenciais pacientes e também compete com concorrentes que apresentam produtos com menor conteúdo, que está se cogitando de se chegar ao mesmo percentual. Existem estudos publicados na revista científica The New England Journal of Medicine e a Medical Letter que recomendam concentrações de 20 a 25% para a longa duração de 10 horas. O produto está aprovado pela Anvisa.
Os testes que são efetuados acabam usando metodologias diferentes que provocam controvérsias. Mas a prova do pudim é quando se come. Estou usando o produto que vem atendendo às minhas necessidades de forma satisfatória, como tem ocorrido com muitos meus amigos. Aviso que este site Asiacomentada não efetua propagandas, mas divulga somente o que acha conveniente.