As Bases do Modernismo Brasileiro nos EUA
2 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, bases do modernismo brasileiro, Tarsila com exposições em Chicago e MOMA
Ainda que alguns artistas brasileiros sejam conhecidos no exterior, havendo uma recente profusão de novos que não possuem o cabedal dos mais importantes, parece que pode haver uma tendência nova com o conhecimento das bases do movimento modernista no Brasil, como o representado por Tarsila do Amaral.
Antropofagia de Tarsila do Amaral, 1929, cogitada de ser apresentada nos Estados Unidos
Um artigo publicado por Silas Marti na Folha de S.Paulo informa que representantes do Art Institute, de Chicago, e do MOMA, de Nova Iorque, Stephanie d’Alessandro e Luis Pérez-Oramas, estiveram em São Paulo para examinar as possibilidades de organizar em outubro de 2017 e fevereiro de 2018 exposições das obras de Tarsila do Amaral nas suas instituições, incluindo as mais consagradas, que não são do conhecimento do público norte-americano. Elas já são conhecidas do Brasil onde estiveram expostas em diferentes eventos.
O brasileiro mais conhecido nos Estados Unidos deve ser Cândido Portinari, cujo quadro “Guerra e Paz” está exposto no edifício sede das Nações Unidas, mas artistas contemporâneos como Lygia Clark, Helio Oiticica e Lygia Pape já contaram com exposições em Nova Iorque, segundo o artigo. Mais recentemente, muitos artistas que ainda não possuem a importância de primeira grandeza no cenário brasileiro também estão sendo promovidos nos Estados Unidos.
Mas Tarsila do Amaral e outros que participaram da Semana da Arte Moderna e influíram outros artistas brasileiros, servindo como bases deste movimento no Brasil, não são muito conhecidos nos Estados Unidos como no resto do mundo. Agora, parece que haverá a oportunidade de conhecem alguns trabalhos importantes.
A Negra, obra de Tarsila do Amaral, 1923, cogitada para ser apresentada em Chicago e Nova Iorque
Outro artista que participou da Semana da Arte Moderna, Emiliano Di Cavalcanti, é mais conhecido em Paris e na Europa, onde também viveu por alguns anos. O que os curadores estão constatando é que alguns artistas brasileiros modernistas tinham contribuições adicionais que os modernistas da Europa não possuíam.
Estas exposições em Chicago e Nova Iorque devem contar com quase uma centena de obras de Tarsila do Amaral, inclusive as mais conhecidas, mas há muitas providências a serem tomadas, inclusive porque Abaporu encontra-se em Buenos Aires e todas dependem de autorizações dos seus proprietários, inclusive Museus.
Abaporu de Tarsila do Amaral, 1928, também cogitada para ser apresentada em Chicago e Nova Iorque
Espera-se que os Estados Unidos, dada a sua importância, facilite que outras exposições sejam apresentadas em vários países do mundo.