Atos Mais Fortes que Discursos Sobre Armamentos Nucleares
29 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: apesar da visita histórica a Hiroshima, atos indicam tendências contrárias, enfraquecimento do seu pronunciamento | 2 Comentários »
Ainda que Barack Obama tenha sido o primeiro presidente norte-americano a visitar Hiroshima, seu apelo para o banimento das armas atômicas não tem correspondência com seus atos, pois ele reduziu o ritmo do desarmamento atômico dos Estados Unidos.
Barack Obama e Shinjo Abe no marco da bomba atômica em Hiroshima
Mesmo compreendendo que o presidente Barack Obama não poderia se desculpar aos japoneses pelos bombardeios atômicos norte-americano sobre Hiroshima e Nagasaki, ele se pronunciou ao mundo a favor da abolição dos armamentos atômicos para o futuro. No entanto, mais que seu discurso, se tivesse acompanhado por decisões suas a favor da aceleração da redução do arsenal dos Estados Unidos, seu apelo poderia ter maior efetividade, satisfazendo os pacifistas.
Infelizmente, o site de O Globo reproduz em português um artigo de William J. Broad, do New York Times, informando que os dados divulgados pelo Pentágono demonstram uma tendência decrescente da administração Barack Obama na redução do arsenal dos Estados Unidos de armamentos atômicos. O discurso fica deveras enfraquecido se não corresponde a atos concretos na direção do que está sendo proposto, não proporcionando grandeza a uma visita inédita do ponto de vista histórico.
Barack Obama cumprimenta um representante dos sobreviventes da bomba atômica
Alega-se que existem tensões dos Estados Unidos com relação à Rússia e a China, mas exatamente para não haver riscos de confrontos atômicos que afetem todo o mundo é que os esforços de desarmamento precisam ser redobrados. Eventuais divergências precisam ser resolvidas por difíceis entendimentos diplomáticos, para evitar-se o risco de acidentes que acabem resultando no uso destes armamentos atômicos, hoje muitas vezes superiores às tragédias de Hiroshima e Nakasaki, que não afetaram somente japoneses como coreanos que lá trabalhavam.
É preciso que os interesses do complexo militar e industrial não se sobreponham aos entendimentos diplomáticos, ainda que se reconheçam todas as dificuldades pelas quais passam organismos internacionais, como as Organizações das Nações Unidas.
Acidentes ocorridos como em Chernobyl ou Fukushima mostram como mesmo os usos pacíficos da energia atômica implicam em elevadas mortes, grandes prejuízos, difíceis e demorados processos de descontaminação das radiações atômicas, isolando populações de onde habitavam usualmente.
Hiroshima é o marco onde estão armazenados os dados mais dramáticos resultados da irracionalidade humana. Quando um presidente norte-americano, no final do seu mandato, se dispõe a fazer uma visita está se sujeitando a riscos e assumindo elevadas responsabilidades. Não se poderia sacrificar tudo pela ação dos que continuam comandando o Pentágono, a despeito do sentimento da população mundial, que impede que até o homem mais poderoso no mundo faça prevalecer a sua vontade.
As esperanças mundiais são pelo contínuo processo de redução destas irracionalidades, mostrando que os seres humanos possuem qualificações que os distinguem de outras formas de vida.
Momento muito oportuno sobre a tecnologia nuclear sobretudo em aplicacoes belicas . Os tristes incidentes de Hiroshima e Nagazaki remontam uma epoca em que o mundo dito civilizado buscava freneticamente armamentos mais letais e pouco se conhecia as derradeiras consequencia de um artefato nuclear. Hoje há mais que consciencia em paises ditos avançados e onde há maior controle da sociedade sobre os governos. As maiores ameaças estão em Estados ditatoriais ou com transparência mninima dos atos que perseguem estes armamentos com objetivos de se firmar como potencias, estas sim são os riscos derradeiros de um ato que pode causar desastres em escala mundial com genocidios em massa.
Caro Macoto Yamamuro,
Muito obrigado pelos comentários.
Paulo Yokota