Conveniências e Inconveniências na Substituição do Açúcar
30 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: artigo publicado no site de O Globo, avaliações dos seus substitutos, preocupações com a obesidade favorecida pelo açúcar
Com o aumento da obesidade em todo o mundo, aumentam as preocupações para a substituição do açúcar na alimentação e nas bebidas, com os substitutos apresentando conveniências e algumas inconveniências. O artigo publicado no site de O Globo comenta os 10 substitutos mais conhecidos.
Ilustração do artigo publicado no site de O Globo
Acessulfame K – Aspectos considerados positivos: é eliminado na urina e não há estudos indicando que ele seja carcinogênico. Pode ser levado ao fogo sem perder o sabor e é cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar. Gestantes, em geral, podem usar. Negativos: não é aconselhado para quem precisa limitar ingestão de potássio por causa de alterações renais. Não é calórico.
Aspartame – Positivos: o sabor é muito semelhante ao do açúcar, sendo necessário 18 mg para substituir uma colher de chá de açúcar comum. Negativo: não pode ser levado ao fogo nem ser usado por quem tem fenilcetonúria, uma doença que prejudica a digestão e pode intoxicar o cérebro. É calórico (quatro calorias por cada grama).
Ciclamato de sódio – Positivo: é cerca de 30 vezes mais doce do que o açúcar. Negativo: apesar de não haver comprovação de que o ciclamato inicie um câncer, há indícios de que ele favorece seu desenvolvimento após o início da doença. Além disso, ele compõe muitos refrigerantes e o consumo deste tipo de bebida deve ser evitado. Não é calórico.
Estévia – Positivo: é um adoçante natural extraído da planta stevia rebaudiana, 300 vezes mais doce que o açúcar. Pode ser indicado para gestantes, segundo prescrição do médico. Negativo: é vendido nos EUA como suplemento dietético, logo não é regulamentado pela agência de alimentos FDA. O gosto é um pouco amargo. Não é calórico.
Frutose – Positivo: este é um monossacarídeo (carboidrato) encontrado principalmente em frutas e adoça 33% mais do que o açúcar. Negativo: a alta ingestão de frutose, especialmente em alimentos industrializados, pode aumentar os níveis de lipídeos no plasma, além de levar à obesidade. É calórico (quatro calorias o grama).
Manitol – Positivo: amplamente encontrado em produtos vegetais, ele é um edulcorante natural com poder adoçante de 70% em relação ao açúcar e não provoca cáries. Negativo: quando ingerido em doses elevadas, pode provocar significativo efeito laxante, ocasionando diarreias. É calórico (quatro calorias o grama).
Sacarina – Positivo: não se acumula no corpo, pois é eliminada na urina. São necessários apenas 12 mg para substituir uma colher de chá de açúcar. Negativo: este adoçante tem relação ainda controversa com o desenvolvimento de câncer na vesícula e deve ser evitado durante a gestação e a amamentação. Não é calórico.
Sorbitol – Positivo: encontrado em vegetais, é um edulcorante natural e não cristaliza. Negativo: é contraindicado para diabéticos não controlados ou descompensados. Se ingerido em excesso, pode aumentar a perda de cálcio no organismo, além de provocar diarreia, devido ao efeito laxante. É calórico (de 1,6 a 2,6 kcal/g).
Sucralose – Positivo: não é absorvida pelo corpo. Também não oferece riscos neurológicos, reprodutivos ou de câncer para seres humanos. São necessários 6 mg para substituir uma colher de açúcar. Pode ser indicado para gestantes. Negativo: há possibilidade de desequilibrar o intestino, mas estudos ainda não são conclusivos. Não é calórico.
Xilitol – Positivo: não tem odor, é de origem natural e não possui contraindicações. Não provoca cáries e é bem tolerado por pacientes diabéticos. Negativo: em excesso, pode levar a um efeito laxante. É calórico (2,4 kcal/g).
Com todas estas considerações, como sempre, acaba se recomendando uma alimentação equilibrada, evitando-se o açúcar e seus substitutos em consumos exagerados. Pode-se eliminar estes adoçantes como no café, quando ele pode ser mais bem apreciado no seu sabor natural.