Estratégia da Toyota no Brasil
11 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: entrevista do presidente da Toyota no Brasil, fábrica de motores em Porto Feliz, produção do modelo Etios
A entrevista do presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, esclarece a nova estratégia da empresa no Brasil, de conformidade com o que deve acontecer em muitos setores industriais atuais, como no automobilístico.
Presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo
Com o mercado internacional de automóveis contraído no mundo e especialmente no Brasil, o presidente Steve St. Angelo anunciou a nova estratégia da empresa no mercado brasileiro. Passa a construir os motores na fábrica de Porto Feliz e aumentar a produção do modelo Etios para atender as demandas do Brasil e de outros países para onde exportarão seus produtos.
Ao contrário do que imaginam muitos observadores, a indústria automobilística atua de forma global, produzindo parte de alguns modelos em muitos países para importar outros provenientes de fábricas instaladas em outras regiões. Procuram obter escalas nas suas fábricas e aproveitar todas as vantagens fiscais, creditícias e cambiais de forma a maximizarem seus resultados.
A Toyota é uma das empresas atrasada neste processo, havendo outras concorrentes que já o fazem, tanto com componentes como modelos. Mesmo tendo de modernizar outras fábricas, como a de Indaiatuba, onde produz o Corolla, cuja versão não está atualizada no Brasil, suas limitações da capacidade de investimentos no momento exigem que se aguarde uma oportunidade mais promissora.
O modelo Etios, de dimensão menor, encontra um mercado promissor no Brasil e sua produção deverá ser aumentada, até para a colocação em outros mercados. Esta orientação que já demos no passado não foi considerada pelos dirigentes da Toyota que na época eram de origem japonesa. Agora, com uma visão mais globalizada, a sua estratégia parece estar se ajustando à necessidade, havendo ainda que se ajustar aos mercados como o brasileiro, que utiliza gasolinas de baixa qualidade misturada com o etanol, quando seus modelos mundiais caminham para os híbridos que utilizam energia elétrica, para o hidrogênio e veículos que possam se mover sem os motoristas, como no Japão.
Há que se respeitar as condições de cada mercado bem como a preferência dos seus consumidores.