A Ironia do The Economist Sobre a Pizza Italiana
6 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: a pizza tornou-se um alimento globalizado, a tentativa da Itália em considerar a pizza um patrimônio cultural, o artigo do The Economist
A pizza, que todos consideram originária de Nápoles, acabou se tornando um alimento universal, com versões variadas não só em muitos países, como também em muitos estabelecimentos.
Charge constante do artigo publicado no The Economist
O artigo do The Economist refere-se à possibilidade da pizza ter uma origem mais remota, no Mediterrâneo, mas sempre vai se encontrar algo parecido, onde, numa espécie de pão, acrescentarem-se alguns ingredientes para se tornar parecido com este fast food que se tornou popular em todo o mundo. As preferências dos consumidores permitem que estes acréscimos sejam os disponíveis de cada região. Os italianos estão reivindicando o reconhecimento de patrimônio cultural para a pizza, como muitos procuram preservar o que é mais conhecido em determinado lugar, até com a pretensão de se evitara utilização do nome para produtos similares.
Na realidade, muitos outros produtos disseminados no mundo tiveram uma origem única, ganhando outras formas de acordo com a preferência dos consumidores. O que seria a pizza original? A chamada pizza napolitana teria uma base de algo parecido com o pão, contando com tomate e azeite extra-virgem, com uma mozzarella certificada, cozida num forno a lenha e saboreado imediatamente. Mas se questiona também que estes acréscimos apresentam diferenças em cada estabelecimento ou nas residências onde são preparados, mesmo na Itália ou em Nápoles.
A discussão pareceria com a do champanhe que os franceses só admitem a produzida na cidade francesa com este nome, e os demais seriam simplesmente espumantes, reserva de denominação que não parece mais se justificar. Aparentemente, cada povo acha que a sua pizza é a melhor, o que acontece também com outros produtos. O fato é que sua popularidade decorre da sua praticidade e baixo custo, tornando-se o fast food mais disseminado no mundo. Muitos consideram que a boa pizza utiliza o tomate oriunda do Novo Mundo, a mozzarella feita do leite de búfala, o manjericão que pode ser italiano, com outros temperos não italianos.
Os brasileiros acham que a pizza aqui preparada, com excessos de ingredientes, seja a mais qualificada, esquecendo-se da parte da massa que seria importante, mais finas, com bordas volumosas e outras características. No fundo, são as preferências de cada consumidor.
Esta discussão não parece levar a nada. O fato resultante é que nos períodos de crise econômica mundial, estes tipos de alimentos mais simples acabam ganhando espaço. E só.