Cesse Tudo Quando um Problema Maior se Alevanta
27 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: nada mais de relevante se encontra na mídia mundial, plagiando outras situações, só se fala dos problemas gerados pelo plebiscito no Reino Unido
Verificando-se os jornais, as revistas, os sites, as televisões e outros meios de comunicação social relevantes no mundo, constatam-se, lamentavelmente, que notícias importantes só os relacionados com os problemas gerados pelos resultados do plebiscito no Reino Unido. Daí o título que procura plagiar o que consta de Os Lusíadas, de Luís de Camões (“Cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor maior alto se alevanta!”).
A União Europeia sofrerá alterações
Se as viagens dos portugueses, mesmo com todas as incertezas, abriam um amplo horizonte no mundo conhecido pelos europeus de então (não se sabia que os chineses já tinham vasculhado o Atlântico e o Pacífico antes), o que acontece agora parece um profundo retrocesso que o mundo globalizado tinha atingido. Mas as incertezas são semelhantes, pois a dinâmica da evolução da história no futuro não é dada a conhecer até para os mais preparados seres humanos.
O que se espera é a fragmentação que tende a ocorrer em muitos países que contam com áreas que aspiram por independência proporcionem maior uniformização de propósitos comuns, que resultem na maior eficácia na obtenção dos resultados almejados. Mesmo com todas as incertezas que se multiplicaram, espera-se que a inteligência dos detentores do poder permitam aglutinar os esforços para tanto, superando os populismos conservadores.
As sociedades humanas costumam ser complicadas e a carência de estadistas de destaque não permitem, por ora, que objetivos fiquem claros, bem como as estratégias sejam definidas para atingi-los. Mas os desafios presentes costumam estimular a criatividade que diferenciam os humanos dos demais animais ou de computadores que só são capazes sugerir o que foi programado.
Fica evidente que os problemas não se restringem ao Reino Unido e a União Europeia. Ainda que ninguém deseje interferir no que foi escolhido democraticamente pelos eleitores, as declarações diplomáticas das diversas autoridades demonstram o nível de preocupação de todos. A decisão teve um forte conteúdo emocional que não costuma ser conselheiro recomendável. Ela ainda pode ser suavizada, mas não revogada, como muitos já desejam diante da magnitude das dificuldades que foram geradas.
É preciso manter a confiança na inteligência humana, na sua capacidade para criar meios para contornar as dificuldades. Mas é preciso que se torne clara as causas que geraram as mesmas, como já esboçamos em outros artigos postados neste site. É hora de usar o cérebro do qual fomos dotados e conter ao máximo as emoções que nos movem a todos no globo onde vivemos.