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Importância da Coordenação Fiscal e Monetária na Eficiência

10 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: fácil de falar e difícil de executar, falta de compreensão de analistas da atual imprensa sobre a importância da coordenação da política fiscal e monetária, parte da inflação decorre de sua falta

Todos em qualquer governo sabem da importância que instrumentos de política econômica como a monetária e fiscal necessitam estar coordenados para a sua eficácia, mas muitas necessidades políticas acabam não permitindo que elas ocorram, como no caso do combate à inflação.

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A falta de eficiência na formulação da política fiscal acaba determinando a necessidade do controle na boca do caixa no Tesouro Nacional. Apesar da existência da meta inflacionária, somente o Banco Central não consegue atingi-la, principalmente se não contar com Tesouro Nacional

Ainda que a política monetária seja contracionista, visando manter a inflação brasileira dentro das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, se a política fiscal for frouxa, acaba provocando a expansão, prejudicando a eficiência da política econômica. Este é um dos principais motivos da descoordenação que acaba ocorrendo dentro do Executivo. Isto normalmente ocorre não porque as autoridades não saibam da sua necessidade, mas por sofrerem pressões políticas que não conseguem evitar.

É evidente que também existem outros problemas no controle da inflação, como as irregularidades climáticas que acabam prejudicando o abastecimento e provocando o aumento de alguns preços agrícolas. Também os preços internacionais podem fazer com que o mercado os acompanhe, além da política cambial estimular exageradamente as exportações ou provocar o aumento dos produtos importados. A política salarial também pode puxar os custos, provocando uma inflação indesejável. No fundo, o Banco Central acaba fazendo o que pode, não conseguindo milagres.

A política econômica não persegue somente a redução da inflação, mas também acelerar a taxa de desenvolvimento, conseguir o equilíbrio das contas externas, estimular a redução da taxa de juros e principalmente a promoção dos investimentos. Para tanto, necessita haver uma coordenação eficiente da mesma, ainda que ocorram problemas como os climáticos difíceis de serem minimizados em seus efeitos. Mudanças nos cenários internacionais também não dependem das autoridades brasileiras.

Tudo isto exigiriam margens para as metas, que nem sempre são entendidas. Também as autoridades precisam compreender que não dispõem de instrumentos para tudo e que a execução da política econômica exige arte e engenho e nem sempre se dispõe de talentos para tanto.