Pesquisas de Laboratórios Sobre as Pimentas
28 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: muitos afirmam que possuem capacidade para evitar infecções, o consumo tradicional de pimenta por diversos povos, os laboratórios iniciaram pesquisas sobre estes produtos
Os conhecimentos acumulados por milênios, ainda que não validados cientificamente pelos critérios Ocidentais, parecem indícios importantes a serem estudados com prioridade.
Aumentam as pesquisas efetuadas com as pimentas, tidas como potenciais para identificar componentes a serem utilizados em medicamentos. Foto de ilustração de matéria publicada no site da Bloomberg
Havia até recentemente um desprezo homérico do Ocidente sobre os conhecimentos acumulados pelos povos antigos, como os chineses, hindus ou os incas. Hoje, está se descobrindo que muitos destes conhecimentos, baseados em sacrifícios realizados por multidões, inclusive em guerras, apresentam informações que podem ser utilizadas pela medicina como a conhecida pelos ocidentais. Um dos casos é a acupuntura, já aceita como uma especialidade médica até no Brasil. O mesmo acontece com muitas ervas e tubérculos utilizados pelos chineses como remédios, que estão sendo estudados intensamente, como o ginseng. Desconfia-se que as pimentas de variados tipos intensamente utilizadas nos trópicos podem também conter elementos que ajudam em alguns casos de moléstias, o que começa a receber a atenção dos grandes laboratórios que estão pesquisando estes produtos.
Um artigo sobre o assunto foi publicado no site da Bloomberg, de autoria Cynthia Koons e Cynthia L.Koons. Elas informam que o antigo CEO da Pfizer, Jefrey Kindler, está desenvolvendo uma nova geração de remédios para combater a dor, onde a pimenta pode ter um papel importante. Informa-se que 100 milhões de norte-americanos sofrem de dor crônica, mais do que os que vivem com diabetes, doenças cardíacas ou câncer. Há 100 mil anos, os seres humanos mastigam ou fumam alguns produtos para aliviar a dor, segundo Daniel Carr, presidente da American Academy of Pain Medicine.
Muitas pessoas utilizam drogas com base em opiáceos, uma das principais causas de dependências, com mortes de overdose de narcóticos, incluindo a heroína, responsáveis por muitas mortes. A indústria farmacêutica luta para encontrar alternativas, havendo mais de três dezenas de medicamentos experimentais para a dor crônica.
O problema com os narcóticos é sua atuação em uma parte do cérebro que registra um prazer intenso. Procuram-se drogas que cheguem diretamente à dor sem acionar o cérebro e o seu sistema de recompensa. Já existem muitos medicamentos próximos do desejável, desenvolvidos por diversas empresas.
Os laboratórios pesquisam para descobrir drogas que possam ser vendidas. Mas existem também procedimentos, como é o caso da acupuntura ou a moxa, que usa formas diferentes de enfrentar os problemas e também merece pesquisas. Os avanços são expressivos, pois até as organizações que visam lucros também se dedicam aos trabalhos com outras visões.
Existem abordagens mais completas que veem o ser humano como um todo, não dependendo da exagerada especialização. Além do aspecto físico, há que se considerar os aspectos psicológicos, ou de formas de controle mental, como o yoga ou a meditação. O fato concreto é que se pensa nos problemas dos seres humanos de forma mais ampla e avanços estão ocorrendo em diversas áreas, inclusive no Brasil, aproveitando conhecimentos acumulados pelos índios e povos oriundos de diversas partes do mundo.