Chá Verde Contém Moléculas Que Inibem o Zika Vírus
29 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: descoberta importante de cientistas da UNESP, hepatite C, herpes, influenza, o chá verde contém EGCG eficiente para inibir o zika vírus e outras viroses como HIV, publicado na revista cientifica VIROLOGY
Os cientistas brasileiros Bruno M. Carneiro, Mariana N. Batista, Ana Cláudia S. Braga, Maurício L. Nogueira e Paula Rahal, do Laboratório de Estudos Genômico da UNESP – Universidade Estadual de São Paulo, São José do Rio Preto, e do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, descobriram que o Epigalocatequina Galato, conhecido como EGCG, um polifenol presente em grande quantidade no chá verde, tem se mostrado eficiente como antiviral para muitos vírus. Inclusive para HIV, herpes simples HSV, vírus de influenza, vírus de hepatite C VHC e para o zika vírus. A pesquisa financiada pela FAPESP foi publicada na revista científica Virology da Elsevier (www.elsevier.com/locate/yviro), Virology, Volume 496, September 2016, Pages 215-218.
A fórmula estrutural do (-) epigalocatequina galato (EGCG) constante do artigo publicado no artigo da Virology
Esta constatação científica é da maior importância e orgulha toda a classe de pesquisadores no Brasil, ganhando uma importância em todo o mundo, pois estas doenças não afligem somente os brasileiros. O artigo publicado relata toda a metodologia aplicada na pesquisa e foram utilizados os vírus isolados de caso febril no Estado da Paraíba, no nordeste brasileiro. Também uma estirpe africana foi utilizada para confirmar as conclusões da pesquisa efetuada com a estirpe brasileira.
A importância da descoberta decorre dos casos de microcefalia e problemas neuronais em fetos em elevado número e muitos se lançaram na busca de uma vacina. O EGCG é uma droga natural de efeitos conhecidos e foi pesquisada contra o zika vírus em diferentes concentrações deste componente. Chegou-se a inibição de 85% dos vírus, que é mais do que satisfatório.
Em concentrações exageradas, o medicamento pode ser tóxico. O relevante é que ele é eficiente em outros vírus também e pode ser encontrado em outros alimentos, além de ser natural. Os resultados são encorajadores, mas outras considerações farmacocinéticas precisam ser pesquisadas. Há indicações que são seguros para as mulheres grávidas, sendo convenientes estudos complementares.
São descobertas que devem orgulhar a todos os brasileiros, mas para se tornarem medicamentos eficientes trabalhos adicionais devem ser realizados e, como tudo relacionado à saúde, deve-se contar com a assistência de médicos para o seu uso.