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Crédito Rural do BNDES

26 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: avaliações mais demoradas, o BNDES parece não ser o instrumento mais adequado para o crédito rural, responsabilidade dos agentes financeiros

Normalmente, o crédito rural é mais adequado quando fornecido pelos bancos oficiais, pelo Banco do Brasil que conta com uma longa experiência no assunto. O BNDES pode contar com os recursos, mas não dispõe de pessoal para as análises das operações, e os riscos acabam ficando com os agentes financeiros.

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Tabela constante da matéria publicada no Valor Econômico

Ainda que as autoridades brasileiras estejam dispostas a oferecer crédito rural por intermédio do BNDES para aqueles com alguma experiência neste setor, entendem que as operações de crédito rural são pulverizadas, havendo necessidade de avaliações e processamentos mais rápidos, espalhadas por todo o país. A carência de recursos pode colocar o BNDES mais vocacionado para grandes operações com empresas agropecuárias de porte, exigindo na maioria das vezes a intervenção de um agente financeiro, que fica com o risco da operação. Constata-se que o maior item que absorve os recursos no BNDES é o Moderfrota, que se refere ao financiamento da venda de equipamentos pesados para as empresas agrícolas, o que poderia ser feito diretamente pelo Banco do Brasil. O desejo de reduzir, relativamente, as operações do BNDES nos projetos de infraestrutura não parece o mais conveniente para esta diversificação de suas operações para o setor rural, aparentando ser um subterfúgio.

O assunto foi tratado num artigo de Fernando Lopes, publicado no Valor Econômico, sem se analisar o problema com maior profundidade.

É evidente que existem casos excepcionais, mas parece que não deve ser a regra, quando existe uma alternativa eficiente para tanto. Não há uma necessidade de proibir o BNDES a atender às necessidades de algumas empresas agrícolas, quando estão relacionadas com outras operações. Sempre existiu certa especialização na capacidade dos funcionários qualificados para os muitos bancos estatais, até para manter as suas eficiências.

Estas tendências acabam sugerindo que as autoridades estão um pouco confusas sobre os focos de suas atuações, confundindo o setor privado e principalmente os estrangeiros. Tudo indica que neste momento quando a economia brasileira passa por uma respeitável crise, os esforços governamentais devem ser concentrados em atividades consideradas prioritárias, com as instituições atuando em áreas de sua especialidade.