Mercado Futuro de Minério de Ferro em Londres
4 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: competição com Cingapura, importância para o Brasil, mercado futuro de minério de ferro em Londres, noticia no Nikkei Asian Review
As principais commodities no mundo acabam contando com cotações no mercado à vista como no futuro. Visando a volta à normalidade do setor siderúrgico no mundo, mesmo com a exagerada importância da China, procura-se evitar os exageros das especulações, criando novos instrumentos do mercado futuro.
Foto do trabalho dos traders na preparação das operações no mercado futuro de minério de ferro na London Metal Exchange, constante do artigo no site do Nikkei Asian Review
Como muitos sabem, as siderurgias de todo o mundo passam por um período de ajuste, pois a China, que tinha uma capacidade exagerada de produção, está procurando ajustar a sua oferta diante da resistência do resto do mundo na importação de seus produtos. Para evitar as naturais especulações que cercam estes ajustes que expressivos, Cingapura já tinha criado um mercado futuro de minério de ferro e como Londres conta com a tradicional LME -London Metal Exchange, apesar de todas as dificuldades do Reino Unido na União Europeia, procura-se adicionar outros instrumentos para competir neste mercado, com vistas a evitar a especulação com diversos fatores que influem no importante mercado de aço.
Gráfico publicado no artigo do site do Nikkei Asian Review, mostrando o crescimento dos contratos na bolsa de Cingapura, que estimula Londres a completar as operações futuras de diversos itens importantes para as siderurgias como fornecedores de minérios como o Brasil
Os mercados futuros evitam especulações reduzindo as exageradas flutuações que ocorrem no mercado chamado spot ou à vista. As flutuações exageradas não interessam nem aos fornecedores nem aos compradores, que são as siderurgias, no caso do minério de ferro. Londres já havia lançado em novembro passado os contratos futuros para ferrosos, a sucata e o chamado aço rebar. Agora, se prepara para o mercado futuro de minério de ferro, carvão coque e bobinas laminadas a quente, segundo o CEO daquela bolsa, Garry Jones.
Como o mundo está com muita liquidez, se não houver indicações seguras para o futuro, a tendência é um movimento especulativo exagerado, aparentando um descontrole desde o final de abril para maio último. Londres entrando neste mercado poderá arbitrar as diferenças de preços entre regiões, tanto para o metal como fatores que influem em seus custos.
Esta redução das fortes flutuações interessa também para o Brasil, um grande fornecedor no mercado internacional de minério de ferros que também procura preservar suas siderurgias, pois o aço é certamente um produto estratégico para a defesa como muitos setores que dependem do seu fornecimento, incluindo a construção civil e a indústria automobilística.
O mundo econômico é todo interlaçado e a todos não interessa o exagero da especulação, ainda que um mínimo seja necessário para dar liquidez ao mercado.