O Guaraná Contém Mais Antioxidante Que o Chá Verde
28 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: coordenação da Lina Yonekura, da Royal Society of Chemistry, divulgada na Food & Function, divulgado no site da UOL, do Reino Unido, pesquisas apoiadas pela FAPESP
A informação foi divulgada pela Agência da FAPESP, com base na pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública da USP, mas trabalhos anteriores já aventavam as potencialidades do guaraná, tradicionalmente utilizados na Amazônia, que nada tem com o refrigerante que usa este nome.
Foto do guaraná produzido na Amazônia que é transformado num bastão, Ralado, produz uma bebida com elevado poder antioxidante
O chá verde muito consumido na Ásia contém as catequinas que possuem ações antioxidantes e anti-inflamatórias, que já são conhecidas cientificamente. As pesquisas efetuadas com o patrocínio da FAPESP – Fundo de Amparo à Pesquisa na Faculdade de Saúde Pública da USP, coordenadas por Lina Yonekura, mostraram que o guaraná da Amazônia contém até 10 vezes mais catequinas que o chá verde.
Os resultados foram divulgados pela revista Food & Function, da Royal Society of Chemistry do Reino Unido. Quando efetivamente absorvidas, a catequinas reduzem o estresse oxidativo no organismo humano, que provocam o surgimento de doenças neurodegenerativas cardiovasculares, diabetes e câncer, inflamações e envelhecimento precoce em virtude da morte das células, entre outras condições prejudiciais à saúde e ao bem-estar humano.
"Os resultados são animadores e mostram que a disponibilidade das catequinas do guaraná é igual ou superior às do chá verde, cacau e chocolate, sendo suficiente para promover efeitos positivos sobre a atividade antioxidante no plasma, reduzir a oxidação dos lipídeos no plasma, além de promover um aumento da atividade de enzimas antioxidantes", afirmou Lina Yonekura, que é professora assistente da Faculdade de Agricultura da Kagawa Univesity no Japão e coordenadora das pesquisas.
Informa-se que os testes foram efetuados em duas etapas. O efeito agudo do guaraná foi medido uma hora após a ingestão da solução no primeiro ao último dia da prova. O efeito prolongado foi avaliado quando os indivíduos estavam em jejum. Todos em períodos relativamente curtos, quando considerados em termos de pesquisas científicas.
Os resultados do consumo do guaraná foram observados por meio de marcadores do estresse oxidativo. Também foram estudados as absorções e o metabolismo das catequinas, pois não havia informações na literatura científica sobre a biodisponibilidade desses compostos no guaraná, segundo o artigo publicado no UOL.
No estudo, o DNA dos linfócitos colhidos uma hora após o consumo de guaraná sofreu menos danos quando submetido a um ambiente oxidante, indicando a presença de substâncias antioxidantes ou um melhor desempenho do sistema antioxidante enzimático dessas células, segundo consta do artigo publicado.
"Com a pesquisa, esperamos que haja um maior interesse científico pelo guaraná, já que essa é uma espécie nativa da Amazônia e o Brasil é praticamente o único país a produzi-lo em escala comercial", afirma Lina Yonekura. De forma semelhante, existem muitos produtos na biodiversidade brasileira, que são conhecidos pelos indígenas e merecem estudos em profundidade.