Pragmatismo na Política Energética Eficiente
26 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: alerta sobre os pequenos resultados das políticas que visam eficiência na energia, artigo de Bjorn Lomborg no Project Syndicate, necessidade de pesquisas adicionais
Bjorn Lomborg é uma reconhecida autoridade em meio ambiente e sustentabilidade. Mesmo considerado cético, escreveu um artigo no Project Syndicate mostrando que projetos generosos estão colhendo resultados modestos na eficiência energética.
Bjorn Lomborg luta por pragmatismo nas políticas de energia eficiente
Apesar de muitos programas generosos visando a eficiência energética, tanto na Europa como nos Estados Unidos, os resultados até agora obtidos são modestos, mostrando que pesados investimentos terão de ser efetuados em pesquisa nos projetos para se conseguir resultados palpáveis. No Reino Unido, um programa acabou sendo abandonado depois de consumir US$ 316 milhões e nos Estados Unidos, no governo Barack Obama, imaginava-se conseguir economias de até 80% em projetos na Califórnia, mas isto não aconteceu.
No artigo publicado, ele informa que muitos subsídios foram concedidos para a aplicação de tecnologias visando economias, mas os consumos atuais continuam quase os mesmos, tanto nas residências como nos meios de transporte, havendo necessidade de investimentos em montantes astronômicos. Para se chegar ao objetivo perseguido pelas Nações Unidas até 2030, seria preciso de substanciais pesquisas que desenvolvam novas tecnologias.
A International Energy Agency estima que os investimentos no suprimento de energia cheguem a mais de US$ 1,6 trilhões anualmente, com necessidade de atingirem US$ 3,2 trilhões para chegar à eficiência energética. Os números são todos astronômicos e ele sugere pragmatismo para admitir que ainda dependemos por longo tempo das energias poluentes, como petróleo, gás e carvão.
Haveria necessidade de muitas pesquisas para as energias que aproveitem o vento, a energia solar e biomassa mais baratas em relação às poluentes. Ele se posiciona contra a concessão dos atuais subsídios e entende que tecnologias alternativas de eficiência energética ainda terão de ser descobertas.
No fundo, como em outras atividades humanas, não basta querer, mas trabalhar duro para se conseguir melhorias substanciais na eficiência energética, visando a sustentabilidade do meio ambiente de forma muito pragmática, segundo ele.