Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Softbank Japonesa Adquire o Controle da ARM Inglesa

18 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: agressividade empresarial, preconceito com os japoneses de origem coreana, Softbank do empresário Masayoshi Son | 6 Comentários »

clip_image002Como a Coreia foi colônia japonesa antes da Segunda Guerra Mundial, muitas famílias coreanas foram morar no Japão, mas sempre existiu uma discriminação com estes japoneses de origem na Coreia, incluindo Masayoshi Son (foto) que tinha características mais agressivas do ponto de vista empresarial. Ele destacou-se no controle da Softbank e continua ampliando suas atividades no exterior, mesmo contraindo dívidas para tanto.

Alguns empresários japoneses de origem coreana são bastante agressivos empresarialmente, distinguindo-se dos japoneses que costumam serem exageradamente conservadores. Masayoshi Son, a quem conheci pessoalmente, sempre me assustava com colocações que me pareciam um vislumbre, mas ele se destacou no controle da Softbank. Acabou controlando a Sprint se associando à chinesa Alibaba, que tem características semelhantes. Agora informa-se que a Softbank adquiriu o controle da inglesa ARM, numa operação de US$ 32 bilhões. A inglesa ARM é considerada importante em tudo que envolve computação móvel, mesmo neste momento quando existem dúvidas de como ficará com os problemas da retirada do Reio Unido da União Europeia.

O artigo publicado por David Ramli e Jeremy Kalin no site da Bloomberg informa que a Softbank contará com a geração de caixa por meio de royalties da Apple, Samsung e Qualcomm, entre outros. Informa que a ARM, com quatro mil empregados, continuará operando a partir de Cambridge, no Reino Unido, como uma unidade autônoma.

A operação seria efetuada com recursos próprios da Softbank como novos financiamentos adicionais aos endividamentos pesados já existentes, lembrando que no momento há uma elevada liquidez no mercado. A ARM parece dominar o design de chips de smartphones e está desafiando a INTEL, evoluindo para novos mercados como a indústria automotiva e outros setores.

Estas áreas de novas tecnologias são para especialistas, não sendo de fácil conhecimento daqueles que investem em ações destes tipos de empresas. Não se pode negar que existam grandes oportunidades, mas fica difícil avaliar todos os riscos envolvidos, mostrando que a operação se enquadra na cultura de elevada agressividade do Softbank e de Masayoshi Son.


6 Comentários para “Softbank Japonesa Adquire o Controle da ARM Inglesa”

  1. Adriana Paoli
    1  escreveu às 19:01 em 18 de julho de 2016:

    Gostaria de que a SoftBank investisse no Brasil.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 07:22 em 19 de julho de 2016:

    Cara Adriana Paoli

    Eles já procuraram o Brasil, mas não houve uma oportunidade que os interessassem.

    Paulo Yokota

  3. Caio Jr.
    3  escreveu às 19:12 em 19 de julho de 2016:

    A Softbank deveria comprar a “quase falida” Oi e modernizá-la.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 09:07 em 20 de julho de 2016:

    Caro Caio Jr.,

    Obrigado pelo comentário. Paulo Yokota

  5. Arthur Henrique
    5  escreveu às 12:14 em 23 de janeiro de 2018:

    Sr. Paulo Yokota:

    Como a Softbank pode ser uma empresa japonesa se o dono é coreano? Trata-se, na verdade, de um chaebol (conhece o termo?) da Coreia do Sul que está investindo em diversos setores. A coreana Softbank comprou até o Uber! Um economista da USP deveria ser mais cauteloso…

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 09:10 em 24 de janeiro de 2018:

    Caro Arthur Henrique,

    O Son é um japonês descendente de coreanos, nascido no Japão. Também é preciso considerar que como ele, muitos vieram até forçados para o Japão quando a Coreia era colônia do Japão. Pode estar certo que conheço muito mais sobre as questões asiáticas, sendo que a chaebol é uma adaptação da zaibatsu que existia no Japão da Era Meiji até a ocupação norte-americana, com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Eu conheço pessoalmente o Son.

    Paulo Yokota