Do Semba ao Samba de Antonio Nóbrega
29 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: apoio do SESC São Paulo, pesquisas importantes de Antonio Nóbrega, uma obra abrangente explicando as diversas formas que o samba tem no Brasil
É sempre interessante conhecer as variadas formas adquiridas pelo samba ao longo de mais de um século em diferentes regiões apresentadas por Antonio Nóbrega e seu grupo, mas parece necessário constatar a predominância do que é praticado pelas escolas de samba divulgado nacionalmente, que acabou conhecido pelos brasileiros e estrangeiros, com forte presença das contribuições africanas. (Apresentação de Antonio Nóbrega e sua banda no Sesc Pinheiros).
Apesar da primeira referência sobre o samba que já foi conhecido como sembra seja de 1836, segundo Antonio Nóbrega, um estudioso das manifestações populares no Brasil, foi em 1917 que ocorreu a gravação de “Pelo Telefone”. Este deve ser considerado o primeiro samba, que estaria comemorando o seu centenário.
Seria um baile popular, com cantoria, folguedo e outras formas de manifestação popular, que ganharam características diversas em muitas regiões. Com tambores marcando um ritmo forte, palmeados, bate pés, dançando em duplas, sacolejando, requebrando, remexendo e dando umbigadas. Mas o que ficou conhecido nacionalmente foi o que ocorreu na periferia do Rio de Janeiro, em seus morros, com forte influência africana que foi se aperfeiçoando nos desfiles das escolas de samba amplamente divulgados pela televisão e outros meios de comunicação social, não só no Brasil como no exterior.
Antonio Nóbrega e sua equipe mostram outras formas menos conhecidas, como as frequentes no Nordeste, com formas que aparentam ser diferentes do que ficou conhecido no Sudeste brasileiro. Ainda que ele esperasse numa ampla participação da plateia num número de uma peça de Adoniram Barbosa, não provocou o entusiasmo de todos, mais contagiados pelo que costuma ocorrer com as escolas de samba, como no encerramento da Olimpíada Rio 2016.
No conjunto da apresentação do Sesc, exagerou-se na participação de Antonio Nóbrega que tem um estilo seu e marcante, quando seria o conjunto de todos que possivelmente provocaria a empolgação mais viva da plateia. Embora estas apresentações do que é menos conhecido seja sempre relevante, não parece o que caracteriza o samba de hoje.