O Japão é um País com Poucos Estrangeiros

19 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: apesar da necessidade de recursos humanos do exterior, um percentual muito baixo de estrangeiros comparados com outros países, uma tímida tendência de alteração deste quadro

Ainda que a população japonesa esteja decrescendo e envelhecendo, necessitando da ajuda de recursos humanos do exterior, as medidas para o seu incremento são tímidas, permanecendo abaixo de outros países na presença de estrangeiros no país.

Gráfico constante do artigo publicado no The Economist

Ainda que exista uma iniciativa das autoridades japonesas para aumentar o ingresso de recursos humanos estrangeiros no país, diante da redução de sua população e seu envelhecimento, o Japão continua com um percentual muito baixo de trabalhadores do exterior no país. Estaria com um percentual de 2,2% enquanto na Grã-Bretanha seria de 8,5%, 6,8% na Austrália, 7,8% na França e 11,6% na Rússia, com uma média de 12% nos países do OECD, no ano de 2015.

Um artigo publicado na revista The Economist informa que existem poucos bairros nas cidades japonesas, como Shin-Okubo, de Tóquio, onde podem se encontrar restaurantes e lojas de estrangeiros, como supermercados coreanos, lojas de produtos indianos ou publicidades para religiões como o islamismo. Os Chinatown como de Yokohama são poucos e mesmos nikkeis latino-americanos que trabalham no Japão não são em grande número.

As empresas japonesas estão procurando estimular a entrada de trabalhadores estrangeiros, mas concentrados em recursos humanos modestos, sendo ainda pouco expressivo o número de executivos ou especialistas estrangeiros. O Keidanren – Federação das Organizações Econômicas do Japão e algumas grandes empresas expressam em discursos a necessidade de facilitar a entrada de estrangeiros, mas o governo não parece dar uma grande importância, se preocupando apenas com os atendimentos dos idosos e nas tarefas mais pesadas e perigosas.

A atenção das autoridades parece estar voltada ao emprego das mulheres que aumentaram em trabalhos de tempos parciais ou sem fortes vínculos empregatícios. As muitas lojas de conveniência do Japão já contam com alguns estrangeiros, notadamente da Ásia. Existem também alguns artifícios informando que estrangeiros estão sendo treinados no Japão, mas aparentam ser mais para suprimento de recursos humanos baratos.

Existem algumas vozes de estudiosos recomendando a mudança destes tratamentos, mas parece que os problemas recentes com os imigrantes na Europa e a resistência até dos Estados Unidos com relação aos estrangeiros não estimulam que os japoneses mais conservadores, acostumados com uma população homogênea vivendo por um longo tempo num arquipélago, facilitem as aberturas necessárias. As pesquisas de opinião mostram muitos japoneses hesitantes, não tendo uma posição favorável ao aumento de estrangeiros no seu país como populações permanentes, com as mesmas oportunidades dos japoneses.