Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

TPP Ameaça a Credibilidade dos EUA na Ásia

30 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: Cingapura questiona os EUA sobre o TPP, contraponto ao AIIB da China, reversão das tendências para a globalização | 4 Comentários »

clip_image002O timing é muito importante tanto na política como na economia. Como o TPP não foi aprovado em tempo, a atual tendência já se mostra contrária à globalização ou acordos multilaterais para favorecer o livre comércio.

O primeiro-ministro Lee Hsien Loong cobra do presidente Barack Obama a rápida definição dos Estados Unidos sobre a TPP – TransPacific Partnership, em foto publicada pelo The Wall Street Journal

Como a China conseguiu aprovar a AIIB – Asian Infrastructure Investment Bank com a anuência de países asiáticos e europeus, os Estados Unidos, para manter o seu prestígio na Ásia, necessitavam aprovar rapidamente o seu TPP – TransPacific Partnership, mas as negociações demoraram e o Congresso norte-americano ainda não deu o seu aval. Recentemente, diante de diversos problemas que ocorreram no mundo, com fortes correntes migratórias, a aprovação do plebiscito para a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, além de muitas manifestações nacionalistas em todo o mundo, o clima mundial tornou-se desfavorável para o incremento do comércio internacional e a aprovação de acordos comerciais multilaterais.

Com estas novas tendências, a aprovação do TPP – TransPacific Partnership pelos Estados Unidos e outros membros tornou-se mais difícil, indicando que a oportunidade adequada foi perdida, com os dois candidatos à sucessão de Barack Obama manifestando reservas com relação ao acordo.

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Mapa publicado pelo The Wall Street Journal mostrando os países cogitados a integrar a TPP – TransPacific Partnership

Na disputa que os Estados Unidos e seus aliados travam com a China, pode se afirmar que tal fato significa uma desvantagem para os norte-americanos, pois muitos dos seus aliados também aderiram ao AIIB – Asian Infrastructure Investment Bank e estas obras financiadas podem beneficiar tanto os países isolados como o conjunto da região.

Muitos países aliados dos Estados Unidos esperavam se beneficiar com o acordo, com destaque para o Japão e o Vietnã. Não se trata de uma situação já consolidada, mas como a evolução dos acontecimentos mundiais não são totalmente previsíveis, fica-se com a impressão que se perdeu uma grande oportunidade.

Como o Brasil não estava arrolado entre os países participantes do TPP, que geraria uma vantagem para seus vizinhos localizados no Pacífico, pode se afirmar que o país não foi prejudicado, mas para o seu desenvolvimento terá que fazer maior esforço na sua política comercial externa para ser incluído em entendimentos semelhantes. Tudo indica que a opção mais favorável continua sendo acordos com a China, mesmo existindo algumas diferenças ideológicas.


4 Comentários para “TPP Ameaça a Credibilidade dos EUA na Ásia”

  1. Mauricio Santos
    1  escreveu às 16:19 em 31 de agosto de 2016:

    Interessante pensar como ficaria o Japão no meio deste confronto dos EUA e da China
    Sair do guarda chuva dos EUA mas também nao se entregar a China

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:04 em 2 de setembro de 2016:

    Caro Mauricio Santos,

    Obrigado pela sua observação. No passado o mundo já estava polarizado entre os Estados Unidos e seus aliados tendo como contraponto a URSS, que se desintegrou com os encargos militares. Apesar do pessimismo de muitos, acredito que haverá uma forma de convivência entre a China com o resto do mundo, pois estão sentindo que não podem continuar aumentando seus gastos militares. Existem negociações da China, Coreia do Sul e do Japão diante dos riscos representados pela Coreia do Norte. E é preciso considerar que os chineses e seus descendentes estão em todo o mundo, nos Estados Unidos, no Japão, na Europa, no Sudeste Asiático como no Canadá e na Austrália. Os seus interesses costumam ser comerciais e em 1421 estiveram no Atlântico e no Pacífico com uma frota de mais de 200 mil homens, mas não deixaram nenhuma colônia nesta parte do mundo. Quanto a exagerada dependência do Japão aos Estados Unidos, meus amigos japoneses também se preocupam com o assunto e sua política internacional como com relação ao Sudeste Asiático e a África parece procurar uma globalização mais acentuada.

    Paulo Yokota

  3. Mauricio
    3  escreveu às 23:32 em 5 de setembro de 2016:

    Boa resposta Paulo bem ponderada
    Confronto diretos sao improváveis nisto concordo mas os indiretos isto e China e EUA financiando lados opostos de um determinado conflito isto acho bem provável

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 07:57 em 7 de setembro de 2016:

    Caro Mauricio,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota