A Reunião do G20 Começa Com Bons Propósitos na China
3 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a reunião do G-20 e eventos paralelos começam com bons propósitos na China, os acordos confirmando os desejos de preservação do meio ambiente estabelecidos em Paris, Xi Jinping manifesta-se sobre as necessidades de reformas e continuidade dos esforços pelo comércio internacional
Os diversos acordos confirmando os propósitos de muitos países em perseguir os esforços para a preservação do meio ambiente, discutidos em Paris, inclusive do Brasil, e as intenções de reformas com a redução capacidade ociosa existente na China para favorecer a continuidade dos esforços de incremento do comércio internacional são boas intenções que todos desejam ver implementadas. (O presidente chinês, Xi Jinping, discursa na cúpula do G-20, em Hangzhou, na China. Foto de Jonathan Ernst/Reuters publicada no site de O Globo)
Todos sabem que a China e os Estados Unidos são os países mais poluidores do mundo e seus presidentes Barack Obama e Xi Jinping confirmaram que seus países pretendem perseguir as metas estabelecidas nas reuniões de Paris, como também fez o Brasil por intermédio do seu presidente Michel Temer. Todos estão preocupados com as tendências protecionistas que proliferam pelo mundo atual, que enfrenta problemas de baixa do crescimento econômico, e Xi Jinping expressou na abertura da reunião do G-20, em Hangzhou, na China, sua intenção de reduzir as indústrias ociosas chinesas, notadamente as siderúrgicas poluidoras que ainda utilizam o carvão mineral, efetuando as reformas indispensáveis na sua economia. Necessitam passar a visar o seu mercado interno com prioridade sobre o aumento das exportações.
Todos sabem que estas reformas são difíceis de serem executadas, mas num país de comando centralizado como a China acaba sendo mais fácil do que naqueles que dependem exclusivamente das decisões do mercado. Isto, certamente, implicará em problemas de ajustamentos difíceis inclusive para o emprego de seus recursos humanos, cujos custos já não são competitivos com os dos seus vizinhos asiáticos. O seu discurso é de estadista, mas deve encontrar dificuldades internas na sua implementação, notadamente no nível regional.
Espera-se que os comandantes dos outros países participantes da atual reunião do Grupo dos 20, inclusive o presidente Michel Temer, se inspirem nestas disposições, pois medidas duras terão de ser adotadas no Brasil, exigindo que muitos segmentos que perseguem somente seus interesses pensem no Brasil e no mundo. Os desequilíbrios brasileiros são profundos, havendo necessidade de ajustes corajosos tanto na Previdência Social como na legislação trabalhista, além da redução drástica da corrupção bem como dos custeios da máquina administrativa pública. Isto tudo é mais difícil numa jovem democracia, que ainda necessita de muitos aperfeiçoamentos.
No momento difícil para todos no mundo há necessidade de estadistas, que são raros. Espera-se que esta reunião do G-20 na China seja um marco importante das mudanças indispensáveis, sem as quais continuaremos nos arrastando nas gigantescas dificuldades.