Dados Animadores de Plantio da Soja Para a Próxima Safra

19 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, expectativas positivas, necessidade de novas variedades

Informa-se que o Mato Grosso do Norte está otimista com os preparos para a safra 2016/2017, mas riscos como do El Niño e La Niña recomendam a criação de variedades resistentes às irregularidades climáticas.

Tabela constante do artigo publicado no Valor Econômico

A cidade de Sorriso está se tornando a “capital da soja” no Mato Grosso do Norte, onde se espera que a produção chegue novamente a da safra anterior de 2,1 milhões de toneladas (2014/2015), segundo artigo publicado por Cristiano Zaia no Valor Econômico. As primeiras chuvas depois de um longo período de seca estão provocando este otimismo, estimulando a aquisição de insumos e de equipamentos agrícolas. Suas produções encontram mecanismos para serem escoados para o exterior, notadamente para a China, pelo Norte do País, utilizando a ampliação do novo Canal do Panamá.

Mas seria desejável que as autoridades brasileiras, inclusive a EMBRAPA, efetuassem pesquisas como as da Filipinas com o arroz, que já conta com variedades resistentes às secas, excesso de chuvas e picos de elevadas temperaturas, dentro da chamada Nova Revolução Verde. Tudo indica que a tendência de irregularidades climáticas como El Niño e La Niña aumentará sua frequência no futuro, com o aquecimento global em curso.

Os seguros agrícolas para grandes produções, como da soja, são difíceis de ser feitos, acabando por determinar custos muito elevados. Também devem ser pesquisados outros cereais com possibilidade de substituir parte desta produção de soja, como a colza que vem sendo produzida na Europa. No caso da produção do milho, também relevante no Brasil, os europeus desenvolveram como alternativa o milheto. Já existem também variedades mais precoces ou tardias que permitem minimizar estes efeitos das irregularidades climáticas.

O fato concreto é que a pesquisa agrícola se acelerou com o uso intensivo da nova genética, agilizando a obtenção de novas variedades de plantas com suas características específicas. Como as medidas que estão sendo tentadas para evitar o aquecimento global são demoradas nos seus efeitos, parece uma alternativa inteligente que estas pesquisas sejam aceleradas em países como o Brasil, onde a produção agrícola é relevante para a sua economia e para o processo de desenvolvimento político e social.