Inteligência Artificial Japonesa Ajuda nos Diagnósticos Médicos
28 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: com o uso de inteligência artificial ajudam a recomendar tratamentos, comprovações em alguns casos concretos, os japoneses acumularam casos como de câncer para ajudarem nos diagnósticos de novos casos
Centros universitários médicos japoneses, com a ajuda do setor privado, estão possibilitando que diagnósticos médicos como de câncer sejam obtidos bem como os tratamentos recomendados. O Japão está avançando neste setor principalmente com seus conhecimentos de genética.
Sistema de diagnóstico médico resumido
O esquema constante do artigo no Yomiuri Shimbun
Num artigo escrito por Satoshi Yamada e Kiyohiko Yoneyama, publicado no Yomiuri Shimbun, informa-se sobre o uso no Japão da inteligência artificial como ferramenta confiável na medicina para detecção de alterações patológicas em imagens de tomografia computarizada de pacientes, criando imagens em 3-D dos seus órgãos internos. Com estudos clínicos, os pesquisadores conseguiram diagnosticar casos raros de doenças utilizando dados de muitos pacientes armazenados nos computadores, incluindo informações genéticas.
Sabe-se que empresas como a Fuji Filmes, com a redução da demanda de produtos fotográficos, ampliaram os seus setores relacionados com a saúde. Elas tinham uma patente que convertia imagens como de Raio-X que poderiam ser utilizadas pelos computadores e transmitidas pela internet. Foram aperfeiçoando suas tecnologias e hoje são importantes na inteligência artificial. Também existem universidades com amplos conhecimentos da genética, até em função de contarem com um Prêmio Nobel nesta especialidade.
Afirma-se que entre 80 a 90% das avaliações pela inteligência artificial contam com a concordância de especialistas como de radiologistas e outros, de acordo com a equipe de pesquisa da Fuji Films, que já colabora no Brasil com o Hospital Santa Cruz. Informa-se que o sistema de análise de imagens que utiliza as obtidas pelos tomógrafos permite reconstruir os órgãos internos em 3-D e também calcular o tamanho e as dimensões das lesões existentes nos pacientes. Comparados com outros dados armazenados, podem-se sugerir os passos a serem tomados nas cirurgias bem como os tratamentos recomendados.
Equipes médicas do Jichi Medical University, da província de Tochigi, estão ajudando os fabricantes no desenvolvimento do chamado White Jack, o sistema de inteligência artificial para ajudar os médicos nos diagnósticos, devendo estar em pleno funcionamento ainda neste ano fiscal japonês, que vai até março do próximo ano.
No hospital, os dados colhidos dos pacientes podem ser introduzidos no sistema de inteligência artificial, permitindo diagnósticos simples como de uma apendicite até doenças raras, reduzindo erros de diagnósticos, segundo o professor Shizukiyo Ishikawa, daquela universidade. As pesquisas já estão sendo efetuadas desde 2012 armazenando muitas informações de variados pacientes. Os computadores utilizados já derrotavam jogadores de Go, um jogo estratégico japonês, mostrando sua eficiência.
Este sistema está permitindo, com a ajuda do Institute of Medical Science da University of Tokyo, o uso de dados da IBM AI System Watson, que reúne o que está em 20 milhões de artigos médicos e mais de 15 milhões de bits de informações sobre substâncias utilizadas em terapias, necessitando somente de 10 minutos para comparar o caso do paciente como todas estas informações. Já foram utilizados dados de 70 novos pacientes japoneses, havendo caso de uma mulher com um tipo raro de leucemia, que medicada já deixou o hospital.
O potencial destes sistemas é elevado, mas como todas as inovações médicas, há que se tomar o devido cuidado, pois é preciso que haja um responsável médico, ainda que as máquinas proporcionem dados bastante precisos baseados em muitas informações armazenadas. Não se trata de um santo milagre, mas pode ser usado também no Brasil com a participação do Hospital Santa Cruz.