Possibilidades de Outra Viagem de Temer à Ásia
10 de outubro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: possibilidades, reunião de BRICS na Índia, sem destaques no noticiário brasileiro, visita ao Japão | 9 Comentários »
Todos sabem que o governo do presidente Michel Temer não conta com muito tempo para conseguir resultados marcantes, enfrenta problemas políticos e econômicos internos, mas se dispõe a enfrentar uma nova longa viagem à Ásia. Quais os resultados que poderiam ser obtidos?
A viagem do presidente Michel Temer à China para a reunião do G20
O presidente Michel Temer está sendo obrigado a efetuar diversas viagens ao exterior e necessita evitar a versão maldosa que procura fazê-lo fugir das vaias programadas que está sofrendo em diversos eventos no Brasil. Bem como enfrentar problemas políticos e econômicos difíceis de serem equacionados de forma razoável. Ele tinha que comparecer na Assembleia das Nações Unidas depois de confirmado o impeachment de Dilma Rousseff para se apresentar ao mundo como novo presidente do Brasil. Além de contatar os empresários internacionais para falar-lhes sobre suas disposições de manter uma política econômica consistente.
Viajou também à China para participar da reunião do G20 onde estavam presentes os dirigentes dos principais países do mundo, com os quais o Brasil necessita manter bons relacionamentos. Aproveitou para cumprimentar Xi Jinping, presidente do país que tem sido o maior parceiro do Brasil recentemente. Além das naturais visitas rápidas aos países vizinhos, agora irá novamente à Ásia. A longa viagem é para participar da reunião dos BRICS na Índia e visitar Japão, depois de oito anos sem uma visita de um presidente brasileiro, ainda que Lula da Silva e Dilma Rousseff tenham até assumido compromissos que foram cancelados. O Japão foi o grande parceiro brasileiro que possibilitou a manutenção de um intenso intercâmbio com os demais países asiáticos, os mais dinâmicos no mundo nas últimas décadas. E conta com muitos descendentes dos seus imigrantes no Brasil.
Os países emergentes participantes do BRICS continuam se esforçando para se manter crescendo e ajudando o resto do mundo, notadamente com a China e a Índia efetuando investimentos na infraestrutura para incrementar o comércio internacional que sofre desgastes, estimulando também seus vizinhos asiáticos no mesmo sentido.
O Japão, além se empenhar junto com o Brasil como alguns dos líderes nos esforços dos desaquecimentos globais, haveria troca de experiências das Olimpíadas e Paralimpíadas, pois as próximas serão realizadas em Tóquio em 2020. Nos assuntos bilaterais, os intercâmbios no passado foram mais intensos e é necessário examinar alternativas para a sua ativação. Os japoneses, que também enfrentam seus problemas internos, sentem que os brasileiros estão intensificando os intercâmbios com os chineses, não concedendo elevada prioridade aos japoneses, cujas empresas sofreram com os problemas que estão acontecendo no Brasil, notadamente na exploração do pré-sal, além de dificuldades em um dos símbolos bilaterais, a Usiminas.
O Japão passa por um período de decréscimo de sua população e seu envelhecimento. Vem melhorando seus serviços médicos com novas tecnologias e, como também no Brasil, registra um aumento da expectativa de vida, as tecnologias dos atendimentos médicos dos japoneses são de seu interesse, inclusive com a maior utilização da informática. Também os japoneses, como muitos asiáticos, se preocupam com o aumento do consumo de produtos saudáveis que ajudam a manter a sua qualidade de vida. O Brasil conta com uma ampla biodiversidade que pode ser mais bem aproveitada para tanto, onde os japoneses também contam com canais para a sua colocação, inclusive no mercado internacional.
Tradicionalmente, o Japão vem ajudando o Brasil nos aperfeiçoamentos das explorações agrícolas, onde as novas tecnologias se tornam relevantes, com a redução dos recursos humanos que se dispõem a atuar na área. Também alguns brasileiros estão se dispondo a atuar no Japão, desde que contem com as facilidades adicionais que estão sendo estudadas pelas autoridades japonesas.
Os brasileiros já conhecem muitos dos mecanismos utilizados pelos japoneses para o aumento do intercâmbio bilateral. Mesmo não sendo grandes projetos como no passado, parece que existe uma massa expressiva de iniciativas que podem propiciar um relacionamento crescente, sendo que muitas exigem novas tecnologias adaptadas às condições brasileiras.
Tudo isto vai demandar muito trabalho na sua preparação, mas brasileiros como japoneses parecem convencidos que não existem mais milagres, havendo necessidade de muito empenho para superarem as diferenças culturais, até porque a globalização que foi impulsionada nas últimas décadas parece estar em declínio.
O Temer não tem legitimidade como presidente da República. Nenhuma nação estrangeira deve recebe-lo. O Michel é o maior culpado pelos 12 milhões de desempregados e por toda essa corrupção, junto com o PSDB, o PMDB e o DEM.
Cara Maria Aparecida Gomes,
Acredito que a maioria dos brasileiros pensam de forma diferente da sua.
Paulo Yokota
Cara Maria Aparecida Gomes,
Sua posição não parece a que prevalece entre a maioria dos brasileiros.
Paulo Yokota
Pois é, alguns dizem que o Michel é golpista, mas o fato é que Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal, isso ninguém pode negar.
Caro Marcos,
Obrigado pelo comentário. Todos os aspectos políticos possuem visões diferentes, algumas muito engajadas do ponto de vista ideológico.
Paulo Yokota
Creio que o Temer levará o nosso querido Brasil ao inferno. Lula e Dilma, com certeza, voltarão para corrigir todos os erros do golpista.
Se o Japão é um país digno, não receberá o Michel Temer. O Sr. Abe sabe que que a Dilma foi vítima de um golpe.
Cara Ana Rita de Almeida Pires,
Já está confirmado que Michel Temer vai ao Japão nos próximos dias 18 a 20. É preciso ser realista, e a fase de Lula e Dilma já coisa do passado.
Paulo Yokota
Infelizmente os países que compõe o BRICS são poblemáticos em diversas esferas, além das enormes diferenças culturais.
Manter relações comerciais e diplomáticas com esses parceiros deve requerer uma boa dose de perseverança, paciência e tempo. Tempo esse que o Brasil não tem devido aos enormes problemas sociais que precisam ser sanados.
Talvez esteja chegando o momento de rever alguns conceitos, e buscar novas formas de diplomacia.
Caro Edison Yamazaki,
Obrigado pelos seus comentários. Admito que os países do BRICS tenham características diferentes, mas que países emergentes com grandes populações e dimensões geográficas, que continuam sendo os grandes potenciais de crescimento futuro. Aprendemos que o comércio e a cooperação internacional acaba sendo intensa mesmo entre países que produzem bens semelhantes, bastando verificar as estatísticas de comercio internacional. Acredito que temos que explorar todas as frentes possíveis, descobrindo onde existem espaços a serem explorados.
Paulo Yokota